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COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Cada um sabe onde o seu sapato aperta

(O limite de cada um depende da sua própria referência)

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Atualizada em 29/03/2024 às 19h38
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Lido rotineiramente com queixas sobre o baixo desejo sexual da mulher, especialmente nos casamentos ou relações de longas datas. Grande parte dos relatos vêm dos homens, e até quando a mulher decide buscar ajuda, ela o faz a partir de uma demanda dele. "Sabe como é, né? O homem faz bem mais questão de sexo que a gente".

Mas o que dizer a uma mulher quando ela não se sente desejada? O que responder quando o soluço vem da afirmação “meu marido não parece fazer muita questão de fazer sexo comigo”? 

Devemos levantar a possibilidade da existência de uma amante? 

Questionar a sua orientação sexual?

Quero dividir com vocês a história da Laila, uma mulher que tem um bom marido e não duvida disso. Ele é atencioso, presente, cuidadoso e muito parceiro. Com ele, ela dá gargalhadas diárias, maratona séries e faz viagens deliciosas. Têm seus interesses individuais e em conjunto. O relacionamento é saudável e respeitoso. E exatamente por isso ela me procurou com uma pergunta bem clara: “o amor pode sobreviver sem a chama do desejo?”

"O amor e o desejo são componentes interligados, mas não necessariamente interdependentes", respondi.

Para Laila, o desejo sexual é uma parte importante do amor romântico. É demonstrando interesse sexual que ela fortalece a conexão com o marido. E reciprocidade é o que ela minimamente espera. Quando eles fazem sexo, a paixão intensifica e ela se sente mais vinculada a ele.

No entanto, a forma que o marido tem de demonstrar o seu amor  transcende o desejo físico. Laila diz que ele parece não fazer questão. Estão casados há 1 ano, e na expectativa dela, deveriam estar ainda em lua de mel. 

A forma de amar dele se baseia em laços emocionais profundos que não precisam de toque. Ele fala sobre os planos a longo prazo, confiança, apoio mútuo, respeito e compromisso. Laila quer tudo isso, sim, mas também quer sexo. A frequência sexual deles é menor que uma vez por semana. E sempre foi assim, desde o começo do namoro.

Arrisquei dizer que a falta de desejo físico não é um obstáculo insuperável, desde que os dois estejam felizes e satisfeitos com a natureza do relacionamento. Mas a Laila não está satisfeita.

Ela reconhece as suas manifestações de amor, mas não está se sentindo amada. Essa falta de desejo sexual por parte do marido levou o casamento para um caminho doloroso. 

Conversaram, tentaram equalizar. Com a insatisfação persistente, Laila pediu o divórcio. Não seria justo buscar por sexo fora do casamento.

"É um belo par de sapatos, mas está me machucando. Pra não causar mais danos, vou tirar do pé. Só entende onde o sapato aperta quem está calçando ele", essa foi a conclusão que ela chegou com a  terapia. 

E deixo aqui o convite para análise também: Você costuma tirar o sapato do pé ou prefere andar mancando pela vida afora? O que você faria?

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