SÃO LUÍS - Em um movimento que pode redefinir a liderança do futebol brasileiro, 19 presidentes de federações estaduais divulgaram um manifesto conjunto clamando por "renovação e modernização" na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O documento, divulgado nesta semana, destaca a necessidade de mudanças estruturais na entidade, mas chama a atenção por não mencionar o nome de Ednaldo Rodrigues, indicando um possível distanciamento ou crítica velada à sua gestão. Os presidentes destas entidades se preparam para eleição que poderá ser convocada por Fernando Sarney, nomeado como interventor. Não assinam o documento as federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso. O Maranhão está entre as federações signatárias do manifesto. Na quinta-feira (15) o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. O magistrado nomeou um dos vice-presidentes da entidade, Fernando Sarney, como interventor e determinou que ele deverá convocar novas eleições "o mais rápido possível".
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Contexto e Implicações
O manifesto surge em um momento delicado para a CBF, que recentemente enfrentou questionamentos sobre a legitimidade da reeleição de Ednaldo Rodrigues. A ausência do nome de Rodrigues no documento pode ser interpretada como uma sinalização de insatisfação por parte das federações signatárias, que representam uma parcela significativa do colégio eleitoral da entidade.
Historicamente, as federações estaduais desempenham um papel crucial nas eleições da CBF, possuindo maior peso nos votos em comparação aos clubes das Séries A e B. A união de 19 federações em torno de um manifesto por mudanças pode indicar uma reconfiguração das alianças políticas dentro da entidade e abrir espaço para novas candidaturas ou propostas de gestão.
Repercussões e próximos Passos
O manifesto das 19 federações pode representar o início de um movimento por mudanças mais profundas na estrutura da CBF. A ausência de unanimidade entre as federações estaduais, que anteriormente apoiaram a reeleição de Rodrigues, sugere uma possível reavaliação das alianças políticas dentro da entidade.
Especialistas apontam que, embora o manifesto não tenha efeito imediato sobre a presidência de Rodrigues, ele pode influenciar futuras decisões e abrir espaço para debates sobre reformas no estatuto da CBF e nos critérios de elegibilidade para cargos de liderança.
Afastamento de Ednaldo
Na quinta-feira (15) o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. O magistrado nomeou um dos vice-presidentes da entidade, Fernando Sarney, como interventor e determinou que ele deverá convocar novas eleições "o mais rápido possível".
“DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES”, escreveu o magistrado em sua decisão.
Leia o manifesto:
"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."
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