Enem 2020

Entre os 28 do país, estudante de Imperatriz tira nota mil na redação do Enem

Júlia Vieira, 18 anos, tinha jornada tripla de estudos com foco no Enem 2020.

Imirante Imperatriz

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
A estudante de Imperatriz Júlia Vieira é uma das 28 pessoas que tiraram a nota máxima na redação, dos mais de 2,7 milhões de candidatos que compareceram à prova.
A estudante de Imperatriz Júlia Vieira é uma das 28 pessoas que tiraram a nota máxima na redação, dos mais de 2,7 milhões de candidatos que compareceram à prova. ( Foto: Divulgação)

IMPERATRIZ - A rotina puxada de estudos pela manhã, tarde e à noite, na escola, no cursinho e em casa, todos os dias da semana, com exceção apenas dos domingos, garantiu a estudante de Imperatriz Júlia Vieira, de 18 anos, nota mil no Enem 2020, o Exame Nacional do Ensino Médio. Ela é uma das 28 pessoas que tiraram a nota máxima na redação, dos mais de 2,7 milhões de candidatos que compareceram à prova, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O Enem 2020 teve três versões com temas diferentes nas redações. Na 1ª aplicação da versão impressa, “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” foi o tema que caiu como uma luva nas mãos de Júlia, que só teve o trabalho de reorganizar as ideias e escrever, já que o assunto estava fresquinho em mente, por ela ter estudado em sala de aula.

“Eu gostei do tema. Foi um tema muito debatido e eu nem achei que fosse ser ele justamente por esse debate amplo sobre o assunto, mas quando eu li eu sabia sobre o tema, sabia argumentar, sabia o repertório e organizei as ideias na minha cabeça e fiz um bom texto”, relembra a estudante Júlia Vieira, que revelou ao Imirante ter ido fazer a prova bastante tensa.
Sobre a redação, especificamente, ela diz que associou o tema ao estigma que as pessoas com algum transtorno mental carregam e também à ideia de perfeição e total equilíbrio que são vendidos por muitas pessoas nas redes sociais.

“Eu lembro de ter abordado sobre o preconceito contra as pessoas que sofrem de transtornos mentais e também abordei a questão da gente ter a expectativa de que as pessoas tenham uma vida perfeita e a gente se frustrar com isso, justamente pelas redes sociais, e por tudo que a gente tá vivendo agora. Essa expectativa da vida perfeita, da mente equilibrada, tudo isso também acaba contribuindo pra essa estigmatização”, contou a estudante sobre seus argumentos na redação.

Em um ano que Júlia também define como atípico, por causa da pandemia da Covid-19, a jovem contou com o apoio da família e da escola para obter o resultado.

“Foi muito difícil com tudo isso que a gente tá passando, foi um ano atípico e a gente teve que se readaptar, mas o suporte que me foi dado pela minha família, amigos, pelos meus professores da escola, tudo isso fez muita diferença. Os professores se esforçavam muito pra dar o melhor pra que a gente pudesse sair com uma conquista e o professor Julião, meu professor de redação, já tinha debatido sobre esse tema, então não era um tema estranho, desconhecido pra mim”, disse.

O professor de redação, Julião Ferreira, já é conhecido em Imperatriz por acertar o tema da redação nos últimos anos e, mais uma vez, trabalhou um dos textos da prova com seus alunos.

“Além de trabalhar o tema ainda acertei o texto motivador que é um dos quatro textos que o Enem traz. Eu não sei se foi coincidência ou competência, mas quando o aluno olhou o tema, ajudou bastante. Como no ano passado incomodou muito essa questão da saúde mental eu fui pesquisar em sites de credibilidade, de fontes dos Ministérios, Governo Federal, Estadual, secretarias, e também em jornais de renome, como G1, Folha, porque a redação trabalha fatos. Aí eu pesquisei a diferença entre loucura e a questão mental que muita gente confunde e foi justamente um dos textos que caiu na prova do Enem”, disse o professor, sobre a pesquisa certeira.

O resultado este ano, com apenas 28 notas mil, é quase a metade do registrado no ano anterior, quando 53 estudantes tiraram nota máxima no Enem 2019.

“Primeiramente eu fiquei tenso quando vi que apenas 28 alunos tinham conseguido a nota máxima, já que estávamos vindo de uma quantidade de quase 60, mas muito esperançoso, e hoje pela manhã, ao me ligar, a Júlia me falou. Quero ainda destacar que muitos outros alunos conseguiram a nota 1000 quebrada, que um corretor dá 1000 e outro dá 960, somando e dividindo por dois dá 980, são notas excelentes”, disse o professor de redação, Julião Ferreira.

A Júlia ainda está curtindo o resultado, depois de passar a madrugada tentando acessar o site congestionado.

“Eu nem acreditei, fechei o site e abri de novo porque que não tava acreditando. É muito bom ver o nosso esforço recompensado eu nunca acreditava que poderia ser comigo. Sempre gostei muito de ler, então eu tinha facilidade. Só que a redação do Enem é um pouco diferente, ela não é uma narração que você vai ali contando uma história, ela é técnica, e eu tive que aprender essa técnica e me esforçar pra poder ver o que era melhor, o que não era bom, e ir moldando o texto”, comemorou a estudante.

A jovem começou a fazer medicina em uma faculdade particular de Imperatriz, mas o sonho dela mesmo é ingressar em uma universidade pública. Ela disse que teve boa pontuação em outras áreas e agora está mais confiante pra esperar mais uma vitória.

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