Céticos

Jovens se reúnem para estudo do ateísmo em Imperatriz

Adeptos do ateísmo criaram associação e reuniões eram na Praça de Fátima, Centro.

João Rodrigues/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36

IMPERATRIZ – Conhecida como metrópole de uma região formada por mais de 1 milhão de habitantes e reunir pessoas várias crenças e Estados, Imperatriz é uma das poucas cidades brasileiras em que ateístas criaram uma associação.

Durante quase dois anos um grupo de aproximadamente trinta pessoas, em sua maioria jovens universitários, criou a Associação de Ateus e Agnósticos de Imperatriz (AITIZ) para estudar e defender os argumentos sobre a inexistência de Deus.

O advogado Francisco Chagas Vieira Lima Júnior, um dos líderes do movimento explica que a entidade surgiu em 2010 de forma espontânea nos corredores das instituições de ensino, entre elas a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde ele fez o Curso de Direito. Em comum entre a maioria dos integrantes o gosto pelas disciplinas de Matemática e Biologia.

“Na biologia temos a teoria da evolução de Charles Darwin, que diz o seguinte: várias espécies de animais existentes no mundo, inclusive nós, evoluiu de uma espécie só, enquanto que a Bíblia diz que foi Deus que criou cada um, sendo que existem muitas provas de que a teoria da evolução está correta”, defende.

Francisco Vieira ressalta que a criação da entidade se deu como resultado da reunião espontânea dessas pessoas de pensamento comum que haviam descoberto o ateísmo por si mesmas.

“Quando fizemos a associação os integrantes já eram ateus. Eles foram descobrindo o ateísmo por si só e ai nos reunimos exatamente para poder agregar forças”, relembra.

As reuniões foram realizadas inicialmente uma vez por semana, das 17h às 19h e depois quinzenalmente, mas sempre na Praça de Fátima, uma das primeiras da cidade.

“A gente ficava trocando assuntos ao ar livre como, por exemplo, sobre Richard Dawkins e o livro “Deus, um delírio” (The God Delusion), o livro Totem e Tabu, de Freud, e vários outros que a gente usava para as discussões”, frisa o líder e um dos fundadores da associação.

Além dos estudos, outra meta da entidade era conscientizar a sociedade sobre os ateus. Segundo ele, há muito preconceito da sociedade em relação aos ateístas.

“Os ateus sofrem muito preconceitos, tanto quanto ou até mais do que outras como os homossexuais porque ele é visto como aquela pessoa que não tem Deus no coração e pelo fato de não ter Deus no coração vai praticar todo o tipo de pecado”, raciocina.

O movimento ateísta era bem conhecido na UFMA onde chamou a atenção até de professores.

Vieira diz que a entidade chegou ao fim porque a maioria de seus integrantes, na condição de estudantes, teve que de dedicar mais tempo ao trabalho e estudos, como foi o seu caso.

“O principal argumento que a gente usa é isso: a ausência de evidencia a respeito da existência de Deus. A única evidência que atesta a existência de Deus são afirmações de caráter pessoal, em que a pessoa que diz, por exemplo, que ao dormir sente a presença de Deus na vida dela, a presença do Espírito Santo, argumentos que para ela são válidos, mas e as outras pessoas que nunca sentiram esse tipo de experiência? Como é que ela vai querer fundamentar Deus?”, encerra Francisco Vieira que era entusiasta e um dos fundadores da associação.

Também integrantes da entidade, os agnósticos são pessoas que se dizem em cima do muro sobre a existência de Deus e por este motivo integraram a entidade para aprofundar os estudos.

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