BELO HORIZONTE - A atitude racista do zagueiro Wellington Paulo, do América-MG, contra André Luiz, do Atlético-MG, no último clássico entre as duas equipes, não ficou impune. Nesta terça-feira, o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Mineira de Futebol suspendeu Wellington Paulo por 30 dias. A diretoria do América-MG decidiu não recorrer da decisão.
Embora o racismo seja crime inafiançável no Brasil, o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF) ainda não prevê uma punição para esse tipo de insulto. Por isso, o jogador foi julgado com base em dois outros artigos do CBDF, o 187, que trata de ofensas morais, e o 278, por atitude contrária à disciplina.
No clássico disputado há dez dias, Wellington Paulo foi flagrado por câmeras de televisão chamando André Luiz de macaco, durante uma discussão entre os dois. O árbitro da partida não percebeu a ofensa, mas o jogador do América-MG foi denunciado com base nas imagens de TV. Nos últimos anos, o racismo vem se disseminando nos estádios da Europa, envolvendo especialmente torcedores, na maioria das vezes em estádios espanhóis e italianos.
Na Espanha, nos últimos meses já foram registrados diversos casos de preconceito racial. Em novembro do ano passado, na mesma semana, torcedores espanhóis ofenderam jogadores negros das seleções sub-21 e profissional da Inglaterra, em dois amistosos contra a Espanha, ambos no Estádio Santiago Bernabeu, do Real Madrid.
Na Europa, punição branda para casos de racismo
Pouco depois, no mesmo local, as vítimas foram os zagueiros brasileiros Juan e Roque Júnior, em partida do Bayer Leverkussen contra o Real, pela Liga dos Campeões. O lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Real Madrid e da seleção brasileira, também já foi vítima de racismo por parte da torcida do Atlético de Madrid. Nos três casos, torcedores imitavam macacos quandos os jogadores negros pegavam na bola.
A Federação Espanhola, a União Européia de Futebol (Uefa) e a Fifa tentam coibir o racismo das torcidas punindo os clubes com sanções econômicas. Mas o valor das multas ainda está longe do perigo que esse pensamento preconceituoso pode representar para um continente que, há meio século, sofreu com o nazismo de Hitler.
O Atlético de Madrid, por exemplo, teve de pagar somente 600 euros pelas ofensas da torcida a Roberto Carlos. E os insultos a Juan e Roque Júnior custaram cerca de 10 mil euros ao milionário Real Madrid. A punição à Federação Espanhola, imposta pela Fifa por causa das atitudes preconceituosas nos jogos entre Espanha e Inglaterra, foi um pouco mais salgada: 66 mil euros.
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