Presidente da FMF fala em "decisão política" no STJD e sugere "justiça comum" e Série C com 21 clubes em 2025

SÃO LUÍS - Há quatro dias o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu não punir a equipe do Caxias-RS no “Caso Yuri Ferraz”, em processo que poderia livrar o Sampaio Corrêa do rebaixamento na Série C do Campeonato Brasileiro. O clube tricolor ainda não se poscionou, mas o presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Antônio Américo, falou sobre o caso. Em entrevista ao repórter Afonso Diniz, Américo classificou a decisão do STJD como política, disse que, se fosse presidente do Sampaio, buscaria a Justiça Comum e sugeriu a Série C com 21 clubes em 2025. A repórtagem do Imirante Esporte entrou em contato com a assessoria de comunicação do STJD, mas, até o momento, não obteve resposta. 

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No dia 20 deste mês de dezembro, o STJD emitiu sua decisão em processo que a equipe maranhense pedia punição ao Caxias por escalação irregular de Yuri Ferraz na Série C. O jogador havia atuado em quatro partidas pelo ABC antes de se transferir para o clube gaúcho, portanto não poderia mais atuar na competição. Porém, como seu nome aparecia em apenas três súmulas, o Caxias escalou ele normalmente por nove partidas. Assim, o tribunal entende que essa infração pode ter como culpados os árbitros do jogo do ABC contra o Athletic-MG, que não preencheram a súmula de forma correta, e isenta o Caxias de qualquer dolo. O STJD sinaliza  que se "adote as providências cabíveis com relação à possível infração por parte do atleta Yuri Ferraz ao art, 258 ou ao art. 191, III, do CBJD, e com relação à possível infração ao art. 261-A, do CBJD por parte do árbitro Felipe Gonçalves Paludo e do quarto árbitro Wanderson Alves de Souza, na forma do art. 82, §3º, do CBJD”.

Em seu poscionamento, Antônio Américo classifica a decisão do SJTD foi política. “Olha, eu acho que o tribunal errou, a decisão foi política, a decisão não foi técnica. Veja bem, o relator admite que há uma infração, admite que há uma infração, e nessa infração alguém se beneficiou, que foi o Caxias do Sul, ele se beneficiou desse ato irregular. Quem cometeu tem que ser punido, e ele determina que a CBF abra um procedimento, que seja aberto um procedimento contra o árbitro da partida e contra o atleta. Isto é um reconhecimento de que há uma infração”, disse Américo.

O dirigente afirma também que, se fosse presidente do Sampaio, iria procurar a Justiça Comum. “Se há uma infração por conta dessa violação, alguém foi beneficiado, esse benefício tem que ser estipado, porque erro não pode gerar um direito. Então, a decisão aí foi política e eu, se tivesse na presidência do Sampaio Corrêa, eu entraria na justiça comum, pedindo uma providência para que, pelo menos a CBF inclua o Sampaio na série C e ele participe com 21 clubes, em vez de 20. A CBF tem que se virar, mas ela não pode deixar o Caxias se beneficiar por um ato ilegal reconhecido, inclusive, pelo relator”, analisou Américo. 

Entenda o “caso Yuri Ferraz”

O Sampaio Corrêa apresentou uma Notícia de Infração na Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o Caxias, que encerrou a sua participação na Terceirona em 15º lugar, com 21 pontos, dois a mais que a Bolívia Querida. Segundo o clube maranhense, o Caxias teria escalado Yuri Ferraz de forma irregular em nove partidas do clube gaúcho na Série C. 

O artigo 10 do Regulamento Específico da Competição aponta que "um atleta somente pode ser transferido de um clube da Série C para outro na Série C se tiver atuado por, no máximo, 3 partidas", e o Sampaio Corrêa afirma que Yuri Ferraz disputou quatro jogos pelo ABC, seu ex-clube, sendo que um deles não foi registrado pela arbitragem na súmula de jogo.

"O Caxias usou um jogador de forma irregular em várias partidas, e já levamos a denúncia ao STJD. A punição precisa ser aplicada — o regulamento é para todos", afirmou Perez Paz,  vice-presidente e diretor jurídico do Sampaio, Perez Paz, logo após a vitória do Sampaio Corrêa por 1 a 0 sobre o Confiança, no Estádio Castelão, pela 19ª e última rodada da fase classificatória da Série C.

 

 

 

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