Luto

Maguila, lenda do boxe brasileiro, morre aos 66 anos

Ex-peso-pesado sofria de demência pugilística, consequência das pancadas na cabeça que sofreu ao longo dos 17 anos de carreira.

imirante Esporte

Atualizada em 24/10/2024 às 15h38
Segundo o centro, Maguila teve uma piora no quadro e foi transferido para o Hospital das Clínicas.
Segundo o centro, Maguila teve uma piora no quadro e foi transferido para o Hospital das Clínicas. (Foto: Reprodução/TV Globo)

BRASIL - Morreu, nesta quinta-feira (24), José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, em São Paulo, aos 66 anos. O principal peso-pesado e uma das direitas mais pesadas do boxe brasileiro sofria de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013.

A notícia do falecimento de Maguila foi confirmada pela sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista ao canal de TV "Record".

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O boxeador morava no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu, no interior paulista. Segundo o centro, Maguila teve uma piora no quadro e foi transferido para o Hospital das Clínicas.

Carreira

Maguila nasceu no dia 11 de julho de 1958, em Aracaju. Dos 17 anos em que lutou, acumulou um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como Evander Holyfield e George Foreman.

O interesse pelo boxe começou ainda em Aracaju, ao assistir às lutas de Éder Jofre e, em especial, de Muhammad Ali. Em uma casa repleta de irmãos, Maguila assistia às lutas do ídolo em uma TV preto e branco na casa de um vizinho. Anos depois, se tornou campeão peso-pesado, mesma categoria de Ali.

- Eu me interessei por boxe porque eu sempre fui fã do Muhammad Ali, do Cassius Clay. Sempre fui fã dele e disse: vou lutar boxe. Gostava demais dele. Quando eu comecei a assistir, nem televisão tinha em casa - disse ao ge em 2015.

Mas o início no pugilismo só viria mais tarde. Logo aos 14 anos, o então jovem Adilson foi para São Paulo para ser ajudante de pedreiro. A vida na capital paulista trouxe muitas dificuldades, inclusive a fome.

- Fiquei amarelo, pálido. Foram três meses (comendo) pão com banana. Minha morada era um caminhão abandonado no Butantã, desses que carregam entulho. Quando o dono descobriu que eu dormia lá, tirou o caminhão, e eu fiquei (dormindo) no poste - disse o lutador em 1987, ao documentário "Maguila", de Galileu Garcia, lançado em 1987.

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