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Coluna Via Digital por Lucia Camargo Nunes, economista e jornalista especializada no setor automotivo.
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Governo sinaliza fim da isenção da tarifa de importação para elétricos

Para MDIC, voltar a taxar eletrificados é forma de incentivar a indústria local. Confira quais serão as marcas mais prejudicadas com a medida.

Lucia Camargo Nunes*

Atualizada em 25/09/2023 às 09h39
Carro elétrico deve encarecer.
Carro elétrico deve encarecer. (Foto: Divulgação)

Novas marcas no Brasil, concorrência acirrada de preços e uma enxurrada de lançamentos de veículos elétricos entraram na mira do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), que deve anunciar em breve o fim da isenção da tarifa de importação dos modelos elétricos.

A medida foi adotada em 2017 como forma de incentivar a importação de novas tecnologias mais limpas e eficientes: elétricos pagam 0%, híbridos até 4% e a combustão, 35%.

As regras ainda não foram definidas, mas provavelmente fabricantes instaladas no Brasil terão algum tipo de cota para trazer seus eletrificados de suas matrizes.

Enquanto marcas chinesas como BYD e GWM fazem contagem regressiva para iniciar a produção no Brasil (ambas assumiram antigas plantas, já prontas, da Ford e Mercedes-Benz), importadoras que investem na eletrificação como Volvo, JAC, Mercedes-Benz e Kia serão bastante prejudicadas.

Em entrevista à agência Reuters, o secretário do MDIC, Uallace Moreira, disse que dificultar ou encarecer a importação são formas de estimular a produção local.

Exceto para o segmento de ônibus e caminhões, não há ainda a fabricação nacional de carros elétricos.

Enquanto isso, Volvo e Ford anunciam lançamento de elétricos

A retomada do imposto de importação para eletrificados pode trazer duas consequências ao mercado brasileiro: aumentar preços ou reduzir a oferta.

Na semana passada, dois importantes lançamentos foram anunciados para chegar ao Brasil.

A Volvo apresentou o EX30, proposta de elétrico de entrada da marca com preço agressivo: em pré-venda em quatro versões, começa em R$ 219.950 e vai até R$ 279.950, conforme a capacidade de energia da bateria – de 51 kWh a 69 kWh.

Todos serão oferecidos com motor elétrico traseiro que rende 276 cv de potência e 34,9 kgfm de torque, e autonomias que deverão variar de 240 a 330 km (não há ainda a medição do Inmetro).

Já a Ford confirmou para outubro o lançamento do Mustang Mach-E, versão 100% elétrica do esportivo, como parte dos dez lançamentos programados pela marca este ano no mercado brasileiro.

O esportivo virá na versão topo de linha, GT Performance, reforçando a venda de eletrificados da marca, que já conta com a picape Maverick Hybrid.

“É mais um ícone que vem para ampliar nossa linha e abre caminho para a nova era de carros 100% elétricos, trazendo para o consumidor brasileiro toda a inovação e experiência global da marca”, afirmou Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul.

Peugeot 208 ganha opção de motor 1.0 turbo

A Peugeot amplia o portfólio do 208 com o início das vendas do compacto equipado com motor 1.0 turbo de 130 cv e transmissão CVT, conjunto já adotado por modelos da Fiat.

Produzido na Argentina, o carro recebe o chamado T200 fabricado em Betim (MG).

Por aqui, na linha 2024, serão vendidas três versões do 208 turbo (partindo de R$ 99.990 e posicionadas como as mais caras), que se somam a outras quatro configurações: duas 1.0 (começa em R$ 75.990) e duas 1.6 (que tem preços a partir de R$ 97.990).

Agora, a Peugeot passa a ter atributos para competir com outros compactos também com motor 1.0 turbo de três cilindros, como Hyundai HB20, VW Polo e Chevrolet Onix.

SUV VW de 7 lugares retorna em breve ao Brasil

No final de 2021, o Tiguan deixou de ser importado pela Volks, momento em que foi reestilizado no México. Agora a montadora anuncia finalmente seu retorno, entre outubro e novembro.

De acordo com a Volks, foram mais de 60 mil unidades vendidas no Brasil.

O novo Tiguan Allspace, de 7 lugares, queridinho das famílias numerosas, chegará com novo design, novidades exclusivas no segmento e extensa lista de equipamentos. Os detalhes serão divulgados nas próximas semanas.

“O Tiguan sempre foi sinônimo de conforto, segurança e dirigibilidade quando falamos de estar em família ou amigos a bordo de um VW. Retomar a comercialização do modelo no Brasil é escalar a ofensiva SUVW, oferecendo a linha de utilitários mais completa do mercado”, disse Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: lucia@viadigital.com.br

Governo sinaliza fim da isenção da tarifa de importação para elétricos

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