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Arábia Saudita ofereceu construir estádios na Grécia e no Egito em troca de apoio para sediar Copa, diz site europeu

Em troca, Grécia e Egito aceitariam que o reino saudita sediasse três quartos de todas as partidas.

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Atualizada em 17/03/2023 às 14h29
As regras da Fifa não permitem que a mesma confederação receba o evento duas vezes de forma exclusiva em tão pouco tempo.
As regras da Fifa não permitem que a mesma confederação receba o evento duas vezes de forma exclusiva em tão pouco tempo. (Fonte: Unsplash)

A Arábia Saudita ofereceu-se para construir novos estádios na Grécia e no Egito em troca da parceria dos dois países em uma candidatura conjunta para sediar a Copa do Mundo de 2030, revelou o portal de notícias Politico.eu. Em troca, Grécia e Egito aceitariam que o reino saudita sediasse três quartos de todas as partidas.

A monarquia saudita não pode sediar sozinha a Copa de 2030 por ser filiada à Confederação Asiática de Futebol, a mesma à qual pertence o Qatar, que foi anfitrião da Copa do ano passado. As regras da Fifa não permitem que a mesma confederação receba o evento duas vezes de forma exclusiva em tão pouco tempo. Por isso, o reino procurou o apoio da Grécia, filiada à Uefa, e do Egito, filiado à Confederação de Futebol Africano.

Segundo o Político, não está claro se a Grécia e o Egito aceitaram a proposta saudita, mas não é segredo que os três países estão negociando há meses para confirmar a candidatura. Enquanto isso, a próxima edição da Copa, em 2026, será sediada por EUA, México e Canadá, e as eliminatórias terão início nos próximos meses. Apostas já estão sendo feitas para o torneio, e você pode conferir como usar o betclic codigo promocional para dar seus palpites.

A candidatura saudita já tem duas adversárias principais que já foram registradas pela Fifa. A primeira é a candidatura conjunta entre Espanha e Portugal, à qual foi adicionada a Ucrânia. É pouco provável que o país sob guerra esteja apto a receber jogos em 2030, mas a inclusão da Ucrânia foi decidida como um símbolo da solidariedade da União Europeia para com Kiev.

A outra candidatura forte é aquela que reúne Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai, que conta com o apelo simbólico de que a Copa de 2030 marcará o centenário do torneio, cuja primeira edição, em 1930, foi disputada no Uruguai.

O Marrocos também lançou candidatura solo para sediar a Copa de 2030, como também havia feito com relação à Copa de 2026.

O Congresso da Fifa elegerá a candidatura vencedora no segundo semestre de 2024. Cada federação nacional possui um voto, e a candidatura saudita tem grandes chances de vencer graças ao número de federações da África e da Ásia.

SPORTSWASHING

A candidatura para a Copa de 2030 é mais um de vários exemplos que a Arábia Saudita tem dado recentemente de uso do seu poder financeiro para capturar o esporte mundial. Os críticos acusam o reino de sportswashing, como é chamada a prática de usar eventos esportivos para promover uma imagem favorável de um país e desviar a atenção das controvérsias que o envolvem.

Apenas nos últimos três meses, a estratégia saudita de promover o reino através de investimentos massivos no futebol foi demonstrada pela compra de Cristiano Ronaldo pelo clube saudita Al-Nasr, que tem laços com a família real, e também pelo bom desempenho do também saudita Al-Hilal no Mundial de Clubes, que venceu o Flamengo nas semifinais e, na final, deu trabalho para o Real Madrid - o time espanhol venceu por 5 a 3.

Além disso, o reino sediará a Copa da Ásia de 2027 e a primeira corrida da temporada de Fórmula 1 do ano que vem. O Fundo Público de Investimentos saudita, controlado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, foi responsável por comprar, em 2021, o Newcastle United, um clube da Premier League inglesa, e por estabelecer o LIV Golf, um novo torneio que tem o objetivo de competir com os principais torneios de golf do mundo.

Na Arábia Saudita, é o monarca quem concentra os poderes executivo e legislativo. Porém, o atual rei, Salman, que está com 87 anos, permitiu que bin Salman, seu filho, tomasse o controle da administração do reino. Com isso, bin Salman tem sido o governante saudita na prática desde 2015.

A inteligência americana e um relatório da ONU concluíram que bin Salman foi o mandante do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, um crítico da monarquia saudita que foi esquartejado após entrar na embaixada do reino em Istambul, em outubro de 2018.

Após ficar anos sendo tratado como pária, bin Salman voltou às graças do Ocidente após o início da guerra na Ucrânia. A necessidade de se afastar dos combustíveis russos levou os países ocidentais a dependerem mais do petróleo saudita. O primeiro país da União Europeia a receber o príncipe desde o assassinato de Khashoggi foi justamente a Grécia.


 

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