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Fla bate o Brasília e fica a um passo da taça

Globoesporte.com

Atualizada em 27/03/2022 às 13h16

RIO DE JANEIRO - Se o basquete é um jogo de gigantes, um baixinho de 29 anos nascido no Acre acaba de subverter a lógica. Em jogo com mais de 60 faltas, enquanto os grandalhões se trombavam o tempo todo, a vitória do Flamengo sobre o Brasília veio pelas mãos de Fred, armador reserva de 1,80m, o mais baixo a pisar na quadra da Arena da Barra neste domingo. O indiscutível triunfo por 99 a 78 deixa o Rubro-Negro a um passo do título do Novo Basquete Brasil, que pode vir daqui a uma semana, quando os times voltam a se enfrentar na capital do país.

O Flamengo perdia por nove pontos no intervalo, mas lavou a roupa suja no vestiário e voltou voando para o terceiro período. Sob o comando de um inspirado Fred, que fez oito pontos em uma sequência de 14 a 2, o time da casa virou o placar e não olhou mais para trás. Foi a retribuição aos mais de 13 mil torcedores que encheram a Arena da Barra.

- Após a conversa no vestiário, voltamos com outra postura, acreditando que podíamos acertar qualquer bola. É difícil sair do banco e entrar frio na partida, mas todos os jogadores do nosso elenco têm muita raça. Fico arrepiado ao falar disso – revelou Fred.

O terceiro quarto terminou em 32 a 7 para o Fla, que pode garantir o título no próximo domingo, às 12h, no ginásio Nilson Nelson. Se o Brasília vencer em casa e igualar a série em 2 a 2, haverá outro jogo no Rio de Janeiro.

Fred anotou 16 pontos no total e foi o escudeiro perfeito para o cestinha Marcelinho, autor de 35, além de 12 rebotes e três roubadas. Jefferson ainda contribuiu com 15 pontos e oito rebotes para os cariocas. No lado brasiliense, o cestinha foi Alex, com 20 pontos, seguido pelos 16 do reserva Diego. Valtinho, que deu um show no primeiro tempo com sete assistências, não conseguiu repetir a atuação na segunda metade.

O jogo

A partida deste domingo começou com um festival de faltas. Tanto que o primeiro tempo terminou com David, do Brasília, pendurado com quatro, e outros três atletas com três infrações cada: Baby, Duda e Cipriano. Como se não bastasse, as reclamações com a arbitragem renderam faltas técnicas a Alex, Baby, Jefferson e ao técnico Lula Ferreira, da equipe visitante.

Os técnicos foram obrigados a mexer nos quintetos, e quem se deu bem foi o Brasília. Valtinho comandou a armação com categoria e deixou Estevam na cara da cesta quatro vezes. O pivô, que terminaria com 11 pontos, correspondeu com quatro enterradas.

Com 35 pontos, o ala Marcelinho Machado comandou o ataque do Flamengo na Arena da Barra

Marcelinho ainda tentou levar o Rubro-Negro nas costas no segundo período e já tinha 25 pontos na saída para o intervalo. No geral, contudo, o Fla pecava muito no aproveitamento dos arremessos, com apenas 32,5%. O Brasília ainda levava ampla vantagem nos rebotes (21 a 14) e nas assistências (15 a 5), fechando os primeiros 20 minutos em 53 a 44.

No intervalo, enquanto o coreógrafo Carlinhos de Jesus se apresentava na quadra acompanhado por duas dançarinas, o Flamengo lavou sua roupa suja no vestiário. O desabafo de Baby mexeu com os brios do time, que voltou animado para o segundo tempo. Tal animação tomou conta especialmente de Fred, que se agigantou em quadra.

O armador de 1,80m comandou o ataque e logo fez oito pontos para o Fla, que emplacou um 14 a 2. O Brasília não teve resposta para a reação e amargou uma derrota parcial de 32 a 7 no terceiro período.

A partir dali, bastou ao time da casa administrar a vantagem, que passou da casa dos 20 pontos. Apesar do jogo praticamente decidido, os jogadores dos dois times começaram a perder a cabeça em quadra e, por pouco, o jogo não descambou para a briga.

Jefferson, Baby e Coloneze foram eliminados com cinco faltas, sendo que o último cometeu uma antidesportiva. Os experientes Marcelinho e Ratto se desentenderam, e um princípio de tumulto se estabeleceu. Alex, que estava do outro lado da quadra, correu até Marcelinho e lhe deu um empurrão. Para o bem do espetáculo, as provocações pararam por aí, e o jogo transcorreu até o fim, com a vitória do Rubro-Negro, que se recupera da derrota no jogo 2.

- Tivemos uma conversa antes do jogo e eu disse para eles que o jogo 2 foi um acidente de percurso, aquela atuação foi muito ruim. Eles aceitaram e entenderam que eram melhores. Voltamos muito determinados - explicou o técnico do Fla, Paulo Chupeta, que pode consquistar seu segundo título nacional no próximo domingo.

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