SÃO PAULO - O domínio da Fórmula 1 trocou de geração mais uma vez, apesar de Fernando Alonso se recusar a assumir o papel de protagonista de uma nova era.
Depois de se tornar o mais jovem campeão na história da categoria no Grande Prêmio do Brasil de domingo, interrompendo uma série de cinco conquistas seguidas de Michael Schumacher, o espanhol de 24 anos negou que agora possa assumir o monopólio de vitórias por alguns anos.
"Não", respondeu o piloto da Renault. "Acho que a cada ano os carros são diferentes e, se algumas vezes vejo meu nome nos jornais, às vezes é Kimi (Raikkonen), às vezes Button, outras Juan Pablo (Montoya)...", acrescentou.
"Este ano foi o meu ano sem problemas. A sorte sempre esteve ao meu lado e minha equipe realmente me ajudou muito para quer tudo desse certo. Mas, com certeza, nas próximas corridas ou no ano que vem as coisas podem ser diferentes."
Mesmo que o reinado de Alonso seja curto, uma nova geração de pilotos vencedores está surgindo, e o fracasso da Ferrari foi decisivo para esta mudança.
Entre os nomes citados por Alonso, Raikkonen e Button estão ambos com 25 anos. Montoya, vencedor com a McLaren da corrida de domingo, fez 30 este ano, enquanto Schumacher terá 37 na próxima temporada.
O alemão terá como companheiro de equipe em 2006 o brasileiro de 24 anos Felipe Massa, e talvez o campeão da MotoGP Valentino Rossi entre no cenário futuramente.
Raikkonen pode terminar a temporada com mais vitórias do que Alonso — ambos têm seis até o momento —, e muitos já acham que o finlandês deve dominar as corridas, apesar do título de Alonso.
A McLaren venceu as últimas cinco corridas, lidera o Mundial de Construtores e pode abrir vantagem nos grandes prêmios de Japão e China.
Porém as regras mudam para a próxima temporada, com os motores V10 dando espaço aos V8, e pode ser prematuro descartar as chances de Schumacher acrescentar mais um capítulo à sua extraordinária carreira.
O heptacampeão mundial lembrou que a Ferrari teve enorme domínio em 2004, porém não encontrou seu ritmo na pista esta temporada.
"Eles (Renault) fizeram um grande trabalho, e pessoalmente para mim é bom ver algumas pessoas que trabalharam comigo na Benetton tão felizes", disse Schumacher, cujos primeiros títulos em 1994 e 1995 foram alcançados com a equipe comprada pela Renault.
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