SUZUKA, JAPÃO - O alemão Michael Schumacher tornou-se o primeiro hexacampeão mundial da F-1. O piloto da Ferrari superou a marca de Juan Manuel Fangio, pentacampeão na década de 50 e entrou para a história da categoria mais importante do automobilismo mundial. O título desta temporada fez Schumacher igualar outro feito de Fangio: um tetracampeonato, já que o argentino foi campeão entre 1954 a 57, além de ter vencido em 1951.

Na última prova do ano, realizada na madrugada deste domingo, no circuito de Suzuka, o alemão fez uma corrida cautelosa desde a largada e chegou apenas em oitavo, posição que lhe assegurou um ponto e o campeonato. Já o finlandês Kimi Raikkonen, único piloto com chances impedir o título do alemão, ficou em segundo - precisava vencer e torcer para que o concorrente não pontuasse para ser campeão.

O vencedor da prova foi o brasileiro Rubens Barrichello, que fez uma corrida perfeita e conseguiu o segundo triunfo na temporada, o sétimo da carreira na F-1. O brasileiro Cristiano da Matta, da Toyota, terminou em sétimo lugar e marcou dois pontos. Na disputa paralela pelo Mundial de Construtores, a Ferrari mais uma vez levou a melhor e conquistou o quinto título consecutivo, feito inédito desde o início da disputa em 1958.

- Eu acho que foi um pouco estranho para mim. A maioria dos campeonatos que conquistei foi com uma vitória. Aqui venci com um oitavo lugar, o último dos que marcaram pontos - disse Schumacher.

- Foi uma de minhas corridas mais difíceis. Tive de andar o tempo todo no meio do tráfego e tive dois incidentes que poderiam me tirar da corrida. O primeiro com o Takuma Sato e o segundo com Da Matta, em que Ralf me acertou na traseira... Foi uma corrida muito esquisita. Posso sentir pelo time, mas ainda não posso sentir alegria por mim mesmo. Estou vazio, exausto. Estou apenas orgulhoso de tudo o que conquistamos hoje - finalizou o alemão.

Barrichello, por sua vez, estava radiante.

- Fiz uma das melhores corridas de minha vida. Acho que essa vitória e a da Inglaterra (Silverstone-2003) são as duas maiores da minha carreira. E terminar o ano ganhando é uma coisa muito boa, pois vou passar as férias lembrando deste momento - disse o brasileiro, que terminou o ano em quarto lugar no Mundial, atrás de Michael Schumacher, Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya.

Quebras no início da prova favorecem Michael Schumacher

Logo na largada, Barrichello manteve a pole, mas não por muito tempo. O brasileiro não conseguiu suportar a pressão de Juan Pablo Montoya, da Williams, e foi ultrapassado ainda na primeira volta. Cristiano da Matta, da Toyota, perdeu uma posição na largada, mas conseguiu segurar o quarto lugar até entrar nos boxes para reabastecimento e troca de pneus.

Michael Schumacher fez uma largada cautelosa e manteve a 12ª posição. Mas um erro na sexta volta quase o tirou da corrida. O alemão forçou uma ultrapassagem em cima do japonês Takuma Sato, da BAR, perdeu o bico e teve que ir para os boxes, onde perdeu 18.1s. Voltou em último lugar e fez uma corrida de recuperação. Três voltas depois, Montoya teve problemas hidráulicos com o Williams e abandonou na volta seguinte, abrindo caminho para Barrichello.

Rubinho liderava com Fernando Alonso em segundo, mas um problema no motor do Renault na volta 16 decretou o fim da prova para o espanhol. A corrida ficou emocionante com as duas McLarens logo atrás com David Coulthard e Kimi Raikkonen, respectivamente, e de Cristiano da Matta, em quarto lugar. Nessa altura da corrida, Michael Schumacher era o 12ºcolocado.

Em seguida, os pilotos fizeram suas paradas e as posições mais uma vez se alteraram. Coulthard foi para os boxes e Raikkonen assumiu a segunda posição, com uma parada a menos que o brasileiro. Da Matta pulou para quarto e Coulthard para segundo após a parada do finlandês, que voltou em terceiro. Michael Schumacher ganhou quatro posições, subiu para sexto e ficou bem perto do título novamente.

Após o último pit-stop, Barrichello manteve a primeira colocação, com Raikkonen em segundo e Coulthard na terceira posição. Na volta 42, após forte pressão de Ralf, Schumacher travou os pneus na traseira de Cristiano da Matta e os irmãos se tocaram. O piloto da Williams quebrou o bico de seu carro, enquanto o alemão da Ferrari voltou para a pista e continuou em oitavo, atrás do brasileiro da Toyota. As posições não se alteraram mais e Schumacher conquistou o sexto título mundial e a Ferrari o quinto consecutivo no Mundial de Construtores.

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