Investigação

Justiça espanhola decide que Neymar deve ser julgado em Barcelona

Segundo a Justiça, as suspeitas de fraude fiscal e sonegação de impostos na contratação do jogador brasileiro Neymar da Silva Santos Júnior pelo clube de futebol Barcelona, em 2013, devem ser julgadas na capital catalã.

Imirante.com, com informações da Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h12
No último dia 10, os representantes legais de Neymar solicitaram à Audiência Nacional da Espanha.
No último dia 10, os representantes legais de Neymar solicitaram à Audiência Nacional da Espanha. (Foto: Reprodução)

MUNDO - A Justiça espanhola decidiu que as suspeitas de fraude fiscal e sonegação de impostos na contratação do jogador brasileiro Neymar da Silva Santos Júnior pelo clube de futebol Barcelona, em 2013, devem ser julgadas na capital catalã. A decisão vem a público em meio a rumores de que, dois anos após deixar o clube catalão para vestir a camisa do Paris Saint-Germain, o atleta esteja negociando seu retorno ao Estádio Camp Nou.

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Divulgada hoje (28), a decisão da 2ª Seção da Divisão Tribunal Penal atendeu a um pedido da própria defesa do atleta. No último dia 10, os representantes legais de Neymar solicitaram à Audiência Nacional da Espanha a transferência do local de julgamento de Madri para Barcelona alegando que os fatos em análise aconteceram na cidade catalã e que, portanto, o foro competente para julgá-los é o Tribunal de Barcelona. Segundo a agência de notícias EFE reportou na ocasião, a promotoria espanhola e representantes do fundo de investimentos DIS, autor da denúncia, se opuseram ao deslocamento de foro.

Em nota, o Poder Judiciário espanhol informou que, com o envio do chamado “Caso Neymar” para Barcelona, também serão julgados na cidade catalã o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor à frente do clube, Sandro Rosell; os pais de Neymar e a N&N Consultoria Esportiva, empresa da família do jogador.

“Examinadas as alegações das partes, a resolução indica que os fatos com relevância criminal foram cometidos em Barcelona”, acrescenta a nota, referindo-se à “estratégias criminosas enganosas” e às condutas que, segundo os magistrados da 2ª Seção, proporcionaram “deslocamentos patrimonial” por parte dos envolvidos.

Esta não é a primeira vez que decisão semelhante é anunciada a pedido dos réus. Em maio de 2015, a 3ª Seção enviou aos tribunais de Barcelona parte da ação penal que deu origem ao chamado Caso Neymar 1 e no qual, em junho de 2016, o Barcelona, então dirigido por Josep Maria Bartomeu, aceitou pagar 5,5 milhões de euros a título de um acordo com o Ministério Público.

Os processos contra Neymar tiveram origem em suspeitas de fraudes contratuais na transferência do jogador do Santos para o Barcelona, em 2013. Há indícios de que o Barcelona pagou pelo jogador mais do que o valor informado em contrato. A denúncia foi apresentada pelo fundo de investimentos DIS, que possuía 40% dos direitos do atleta e afirma ter sido prejudicado na negociação. Segundo o Ministério Público espanhol, ao contratar Neymar, o Barcelona “realizou uma série de negócios jurídicos através de empresas controladas pelo pai do atleta”, Neymar da Silva Santos. O objetivo do uso destas “intermediárias”, segundo o MP, era “fragmentar o real valor pago pelo jogador a fim de mantê-lo oculto”.

Em 2013, Neymar trocou o Barcelona pelo Paris Saint-Germain depois que o clube francês pagou uma multa rescisória estipulada em 222 milhões de euros.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do atleta e aguarda retorno.

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