MADRID - O Real Madrid apresentou neste domingo (23) uma proposta que prevê mudança no modelo de propriedade, abrindo pela primeira vez em 120 anos a possibilidade de entrada de investimento externo no clube. O anúncio foi feito pelo presidente Florentino Pérez aos sócios, que ainda decidirão se o novo formato avançará para um referendo.
Clube pode ter acionista minoritário de até 5%
A proposta prevê a criação de uma empresa subsidiária ligada ao Real Madrid, que receberia um acionista minoritário com cerca de 5% das ações. Segundo Florentino Pérez, o objetivo é identificar o valor de mercado do clube, atrair novos recursos e, ao mesmo tempo, proteger as tradições associativas que marcam o modelo atual.
O presidente destacou que não há intenção de abrir capital na bolsa de valores. Pelo novo formato, o investidor precisará compartilhar informações financeiras com os sócios, reforçando o compromisso com transparência e a preservação do controle social.
Críticas de Pérez à La Liga e Tebas
Durante a apresentação, Florentino Pérez voltou a criticar Javier Tebas, presidente da La Liga. Segundo ele, Tebas atuaria de forma “clandestina” para promover mudanças legislativas que poderiam permitir à Liga acesso maior às receitas geradas pelo Real Madrid.
O dirigente classificou a proposta como “inovadora e controversa”, destacando que o clube não pretende adotar o modelo tradicional de Sociedade Anônima Desportiva (SAD). Diferentemente de outros clubes espanhóis, cada sócio do Real Madrid teria uma única ação, com valor monetário e possibilidade de transmissão.
Próximos passos da decisão
Para que o processo avance, o Real Madrid convocará uma assembleia com cerca de 2 mil sócios compromissários, responsáveis por decidir se a proposta será submetida a referendo com todos os sócios maiores de 18 anos.
Se aprovada, a mudança representará a maior reformulação estrutural do clube em mais de um século.
Pontos-chave da proposta
- Criação de empresa subsidiária com acionista minoritário.
- Participação externa limitada a aproximadamente 5%.
- Manutenção do modelo associativo com controle dos sócios.
- Não haverá abertura de capital na bolsa.
- Decisão final dependerá de referendo entre os sócios.
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