GUAYAQUIL, EQUADOR - A seleção brasileira vai precisar superar dois adversários nesta quarta-feira, às 19h (de Brasília), no Estádio Atahualpa, em Quito, para encerrar o ano na liderança da Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2006: o Equador, quarto colocado com 13 pontos, e a altitude de 2.817m acima do nível do mar.
Como sempre acontece quando o Brasil joga nestas condições, o tema "perigos da altitude" volta à tona. Preocupado com o alarmismo, o técnico Carlos Alberto Parreira fez um apelo nesta terça-feira.
- Precisamos esquecer essa história de jogar na altitude. O Brasil tem que entrar em campo, impor seu estilo, tocar a bola, cadenciar o jogo e correr até onde for possível, senão não venceremos - disse o treinador, que deu a receita para um bom resultado.
- Como se trata de um jogo atípico, em função da altitude, a seleção precisará saber prender a bola. Precisamos ter mais a posse durante o jogo, o que significará menos desgaste físico, fundamental em virtude das adversidades de se jogar em Quito - explicou Parreira.
Parreira reconheceu que o Brasil terá de se superar para vencer em Quito.
- Com certeza o Equador não vai ser precavido. Vai tomar a iniciativa, jogar em velocidade para desarrumar e desestabilizar o Brasil. Cabe a nós impor um ritmo mais cadenciado, mas com alternância de jogadas de velocidade para que se consiga um placar favorável. São apenas 90 minutos. Vale a pena insistir e se superar - comentou.
- Só a vitória interessa. Queremos os três pontos. É importante ganharmos porque a Argentina está só um ponto atrás e deve ganhar da Venezuela em Buenos Aires. A Argentina é franca favorita - concluiu.
Para amenizar os efeitos da altitude, segundo a estratégia montada pela comissão técnica, a delegação brasileira viaja na manhã desta quarta-feira para Quito. A chegada na cidade está prevista para as 10h45m. Ainda pensando em minimizar os efeitos da altitude, o aquecimento será mais forte nesta partida.
- Normalmente, nos primeiros 15 minutos o atleta está mais sujeito a uma espécie de sufoco, então vamos tentar tirar esse efeito dos 15 minutos já no aquecimento. O aquecimento vai ser um pouco mais forte do que o normal - declarou o preparador físico Moracy Sant’anna.
No único treino, realizado na noite desta terça-feira, diante de 15 mil torcedores no campo do Barcelona de Guayaquil, o Isidro Romero, o técnico surpreendeu a todos e escalou Kléberson, reserva do Manchester United, deixando o santista Ricardinho, Júlio Baptista, do Sevilha, da Espanha, e Pedrinho, do Palmeiras, no banco de reservas. O treinador já adiantou que Renato será o responsável pela proteção à defesa.
No primeiro turno, o Brasil venceu o Equador por apenas 1 a 0, jogando em Manaus, com um gol de Ronaldinho Gaúcho.
Ivan Hurtado: 'Vitória sobre o Brasil não tem preço'
Os jogadores do Equador esperam derrotar a seleção brasileira pela segunda vez nas Eliminatórias. A primeira foi há três anos, pelo torneio qualificatório para o Mundial de 2002, quando os donos da casa venceram por 1 a 0, em Quito.
- Foi uma partida especial. Lembro da alegria do povo festejando. Ganhar do Brasil não tem preço - disse o experiente zagueiro Iván Hurtado.
Para o técnico do Equador, Luiz Fernando Suarez, sua equipe tem muito mais a oferecer do que os perigos da altitude.
- Não pensem que o Equador é apenas a altitude. É claro que ela afeta os jogadores das outras seleções. Mas nós também vamos explorar a técnica com uma disciplina tática aplicada - alertou.
Ocupando a quarta colocação, os equatorianos têm um ótimo retrospecto dentro de seus domínios. Todos os 13 pontos conseguidos pela equipe foram obtidos em casa, com quatro vitórias e um empate. No time comandado Luiz Fernando Suarez há jogadores com passagem pelo futebol brasileiro. O titular De la Cruz, ex-Cruzeiro, e o suplente Fricson George, que atuou pelo Santos.
EQUADOR x BRASIL
Data: 17/11/2004
Local: Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito
Horário: 19 horas (de Brasília)
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Assistentes: Eduardo Botero (COL) e Dember Perdomo (COL)
Equador: Edwin Villafuerte; Ulises De La Cruz, Iván Hurtado, Giovanni Espinoza e Paúl Ambrossi; Edwin Tenorio, Marlon Ayoví, Patricio Urrutia e Edison Méndez; Iván Kaviedes e Agustín Delgado. Técnico: Luis Fernando Suárez
Brasil: Dida; Cafu, Juan, Roque Júnior e Roberto Carlos; Renato, Juninho Pernambucano, Kleberson e Kaká; Ronaldinho Gaúcho e Ronaldinho. Técnico: Carlos Alberto Parreira
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