Com o futebol, Argentina tenta resolver jejum olímpico de 52 anos

Atualizada em 27/03/2022 às 15h00

RIO - Um encontro sul-americano na final dos Jogos de Atenas pode fazer a Argentina derrubar dois tabus de uma única só vez. Os argentinos decidem o ouro contra o Paraguai neste sábado, às 4h (horário de Brasília), no estádio Karaiskaki, na capital grega, para retomar a rotina de conquistas em Olimpíadas e no futebol internacional.

A Argentina não conquista uma medalha de ouro em Olimpíadas desde os Jogos de Helsinque, em 1952. Além da final do futebol, os argentinos também podem fazer o tabu cair no basquete masculino, em que são finalistas.

No futebol, os argentinos não têm uma vitória relevante desde 1993, quando levantaram a Copa América. Desde então, os bicampeões mundiais vêm colecionando fracassos internacionais.

Por esta razão, a equipe do técnico Marcelo Bielsa sabe que um triunfo sobre os rivais sul-americanos é de fundamental importância para o futuro imediato do futebol argentino.

"A Olimpíada é uma grande chance para compensarmos nosso povo pelos 11 anos que não ganhamos nada. Já é hora de ganhar alguma coisa", afirmou o atacante Javier Saviola.

Bicampeões mundiais, os argentinos chegaram perto do ouro olímpico em duas oportunidades. A Argentina ficou com a prata nos Jogos de Amsterdã, em 1928, ao perderem para o Uruguai, melhor seleção da época. Em Atlanta-1996, a equipe então dirigida por Daniel Passarella caiu na decisão diante da Nigéria.

Em Atenas, nunca foi tão fácil para os argentinos chegarem a uma final olímpica. A seleção de Marcelo Bielsa chegou à final com cinco vitórias tranqüilas em cinco partidas, marcando 16 gols e não sofrendo um sequer.

De longe, a seleção argentina é a mais experiente das que participaram da competição olímpica do futebol masculino. Bielsa levou a Atenas vários jogadores que atuam nas mais importantes ligas da Europa. Carlos Tévez, Andrés D'Alessandro, Roberto Ayala e Kily González são alguns dos nomes conhecidos que vêm brilhando na Grécia.

Além da experiência, o entrosamento é a outra grande aposta argentina. Dos 18 jogadores que o técnico Marcelo Bielsa convocou para a competição, 15 estavam presentes na campanha do vice-campeonato da Copa América.

Por sua vez, o Paraguai também chegou aos Jogos de Atenas como candidato a uma medalha, já que havia tirado a vaga da seleção brasileira no torneio Pré-Olímpico, em janeiro no Chile.

Reforçados por três jogadores com mais de 23 anos, os experientes Carlos Gamarra, Julio Enciso e José Saturnino Cardozo, os paraguaios fizeram um boa campanha até a final, com apenas uma derrota, para Gana, na fase de classificação.

Cardozo, com cinco gols, e Fredy Bareiro, com quatro, foram os destaques da equipe comandada pelo técnico Carlos Jará.

Antes de Atenas, o Paraguai havia disputado o torneio de futebol nos Jogos Olímpicos apenas em Barcelona, em 1992, quando caiu diante de Gana nas quartas-de-final. Em janeiro deste ano, no Pré-Olímpico do Chile, os paraguaios começaram a epopéia por uma medalha quando tiraram a vaga dos favoritos brasileiros, vencendo o rival sul-americano no último jogo da competição.

Sem os reforços acima de 23 anos, as equipes olímpicas de Argentina e Paraguai se enfrentaram na fase final do torneio qualificatório do Chile. No dia 23 de janeiro, os paraguaios saíram na frente, mas acabaram sofrendo a virada por 2 a 1, com dois gols de Luciano Figueroa, atacante que estará no banco neste sábado.

Data: 28/08/2004 (sábado)

Local: estádio Karaiskaki, em Atenas (GRE)

Horário: 4h (horário de Brasília)

Argentina

Lux; Ayala, Coloccini, Heinze; Mascherano, Kily Gonzalez, D'Alessandro, Lucho Gonzalez; Delgado, Tevez, Rosales

Técnico: Marcelo Bielsa

Paraguai

Diego Barreto; Martinez, Menzur, Gamarra e Esquivel; Edgar Barreto, Enciso, Torres e Diaz; Cardozo e Bareiro

Técnico: Carlos Jara

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