SÃO LUÍS - O Sampaio Corrêa celebra, neste sábado, os 50 anos de um dos títulos mais importantes de sua história quase centenária. No dia 17 de dezembro de 1972, o Tricolor sagrou-se campeão brasileiro da Série B no Estádio Nhozinho Santos, vencendo uma final emocionante contra o Campinense, que só foi decidida nas cobranças de pênaltis, onde brilhou a estrela do zagueiro e capitão Neguinho, uma das maiores lendas da Bolívia Querida.
A Série B de 1972 reuniu 23 equipes do Nordeste, que foram divididas em quatro grupos, e o Sampaio Corrêa ficou no Grupo A, junto com Fortaleza, Guarany de Sobral, Tiradentes-PI, Flamengo-PI e o rival Moto Club. O Tricolor teve um início ruim na Segundona, sem conseguir vencer as suas quatro primeiras partidas, mas depois deslanchou: com cinco vitórias e um empate nos últimos seis jogos, o Sampaio se classificou na primeira posição.
Já na segunda fase da Série B de 1972, o Sampaio Corrêa teve que encarar o Itabaiana-SE e o Atlético de Alagoinhas-BA, além de reencontrar o Tiradentes-PI. Até a última rodada do grupo, o Tubarão travou uma batalha com o Tiradentes pela vaga na final, e levou a melhor sobre o time piauiense nos critérios de desempate. Classificado para a decisão da Segundona, o Sampaio viu a sorte sorrir antes mesmo de encarar o Campinense: após sorteio, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) confirmou São Luís como palco da final em jogo único.
Empurrado por aproximadamente 18 mil torcedores, que lotaram o Estádio Nhozinho Santos, e treinado por Marçal Tolentino Serra, o Sampaio Corrêa contou com a seguinte formação para enfrentar o Campinense na final da Série B: Jurandir; Célio Rodrigues, Neguinho, Nivaldo e Waldeci Lima; Gojoba, Djalma Campos e Edmilson Leite; Lima, Pelezinho e Jaldemir. Na decisão da competição nacional, o Tubarão utilizou uma camisa verde com golas amarelas e detalhes vermelhos.
Mesmo contando com o apoio da torcida no Nhozinho Santos, o Sampaio Corrêa teve muitas dificuldades contra o Campinense, que abriu o placar em uma finalização de Volmir, aos 37 minutos do primeiro tempo. Na etapa final, a Bolívia Querida pressionou o time paraibano e conseguiu um empate heroico já aos 44 minutos, com Pelezinho, que sagrou-se artilheiro isolado da Série B de 1972, com oito gols. Com o empate no tempo normal e na prorrogação, que não teve gols, a decisão foi para as cobranças de pênaltis.
Atendendo a uma solicitação do Campinense, apenas um jogador fez a cobrança dos cinco pênaltis de cada equipe, com o jogador tendo que cobrar todos eles de uma vez, sem alternar com o atleta da equipe adversária. Assumindo a responsabilidade pelo Sampaio Corrêa, o zagueiro e capitão Neguinho, com muita frieza e habilidade, acertou os cinco pênaltis que cobrou. O zagueiro Ivan Lima, do Campinense, até acertou o primeiro chute, mas parou em uma defesa do goleiro Jurandir na segunda finalização e viu o Sampaio fazer a festa pelo até então inédito título nacional. Em 17 jogos na Série B de 1972, a Bolívia Querida teve uma campanha de oito vitórias, quatro empates e cinco derrotas, com 19 gols marcados e apenas oito gols sofridos.
Depois dos pioneiros do elenco de 1972, o Sampaio Corrêa ainda conquistaria o Brasil em outras duas oportunidades, sendo campeão da Série C em 1997 e faturando o título da Série D em 2012, ambos de forma invicta.
CAMPANHA DO SAMPAIO CORRÊA NA SÉRIE B DE 1972:
Primeira fase
Moto Club 1 x 0 Sampaio Corrêa
Flamengo-PI 0 x 0 Sampaio Corrêa
Tiradentes-PI 1 x 1 Sampaio Corrêa
Sampaio Corrêa 1 x 2 Guarany de Sobral-CE
Sampaio Corrêa 1 x 0 Fortaleza
Sampaio Corrêa 0 x 0 Moto Club
Sampaio Corrêa 5 x 0 Flamengo-PI
Sampaio Corrêa 2 x 0 Tiradentes-PI
Guarany de Sobral 0 x 1 Sampaio Corrêa
Fortaleza 0 x 1 Sampaio Corrêa
Segunda fase
Atlético-BA 1 x 2 Sampaio Corrêa
Itabaiana-SE 0 x 0 Sampaio Corrêa
Sampaio Corrêa 0 x 0 Tiradentes-PI
Sampaio Corrêa 2 x 0 Atlético-BA
Sampaio Corrêa 1 x 0 Itabaiana-SE
Tiradentes-PI 2 x 1 Sampaio Corrêa
Final
Sampaio Corrêa 1 (5) x 1 (1) Campinense
FICHA TÉCNICA DA FINAL DA SÉRIE B DE 1972
Local: Estádio Nhozinho Santos (São Luís - MA)
Data: 17 de dezembro de 1972, domingo
Árbitro: Ronald Monassa (PI)
SAMPAIO CORRÊA: Jurandir; Célio Rodrigues, Neguinho, Nivaldo e Waldeci Lima; Gojoba, Djalma Campos e Edmilson Leite (Airton); Lima, Pelezinho e Jaldemir (Prado). Treinador: Marçal Tolentino Serra
CAMPINENSE: Olinto; Miro, Ivan Lopes, Deca e Zé Preto; Vavá e Dão; Dinga, Erasmo (Edgar), Pedrinho e Valnir. Treinador: Zé Preto
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