Série B

Símbolo do Sampaio, Tubarão surgiu em duelo contra o Ceará

A mascote tricolor foi criada na década de 50, após dois confrontos diante do Alvinegro.

Gustavo Arruda / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54
 Símbolo do Sampaio Corrêa e cantado pela torcida nas arquibancadas do Castelão, o Tubarão se tornou mascote da Bolívia Querida após dois duelos contra o Ceará. (Foto: Biné Morais / O Estado)
Símbolo do Sampaio Corrêa e cantado pela torcida nas arquibancadas do Castelão, o Tubarão se tornou mascote da Bolívia Querida após dois duelos contra o Ceará. (Foto: Biné Morais / O Estado)

SÃO LUÍS – Na tarde deste sábado (31), às 16h20, Sampaio Corrêa e Ceará entram no gramado do estádio Castelão para escrever mais um capítulo na história do confronto entre as duas equipes, que teve início em 1941, com uma vitória alvinegra por 4 a 2 em São Luís. Os cearenses, aliás, lideram o confronto com 11 vitórias, enquanto o Bolivão venceu sete vezes e outros 16 jogos terminaram empatados. Apesar de estar em desvantagem na série, o Sampaio tem sua história eternamente ligada a duas partidas especiais contra o Vozão: afinal de contas, foi em um encontro com o Ceará que o Tubarão começou a ser adotado como mascote e maior símbolo do time maranhense.

Para contar essa história, voltemos ao ano de 1951. Naquela época, o Sampaio Corrêa vivia um momento difícil: apesar de já ter quatro títulos estaduais em sua galeria de troféus, o Bolivão sofria com um jejum de nove anos sem novas conquistas e também tinha que lidar com o excelente desempenho do rival Moto Club, que faturou o até hoje inédito Heptacampeonato Maranhense na temporada anterior e acabou deixando o Sampaio como vice-campeão. Diante do cenário negativo nas competições locais, o Tricolor de São Pantaleão receberia o poderoso Ceará, dono de 13 conquistas em seu Estado e que chegou a São Luís credenciado como um dos maiores times do Norte-Nordeste. Os dois confrontos seriam realizados em março de 1951.

Apesar do cartaz bastante favorável aos cearenses, o Sampaio Corrêa mostrou toda a sua valentia logo no primeiro duelo entre as duas equipes, realizado no dia 8 de março, segurando um empate em 1 a 1 diante do favoritíssimo Ceará. Uma semana depois, no estádio Santa Isabel, o Vozão teria uma nova oportunidade de confirmar as expectativas diante do Tricolor, mas o Sampaio voltou a jogar bem, o 1 a 1 acabou se repetindo na segunda partida e o Alvinegro voltou a Fortaleza sem conquistar uma vitória sequer diante do time maranhense.

 A jangada voltou só: sem vencer em São Luís, o Ceará foi 'expulso' pelo Tubarão. (Foto: Divulgação / Hugo Saraiva / Blog Futebol Maranhense)
A jangada voltou só: sem vencer em São Luís, o Ceará foi 'expulso' pelo Tubarão. (Foto: Divulgação / Hugo Saraiva / Blog Futebol Maranhense)

Após os dois empates entre tricolores e alvinegros, o cartunista Movietone eternizou o Tubarão como símbolo tricolor em uma edição do jornal Pacotilha – O Globo. Na charge, um jangadeiro, representado na ilustração com o nome do Ceará e considerado um dos símbolos do Estado, é ameaçado e tenta fugir do ataque de um tubarão, que leva o nome do Sampaio. Na charge, a frase: ‘E a jangada voltará só – 1 a 1 no Santa Isabel’. Sem a vitória, o Ceará acabaria tendo como prêmio de consolação o título invicto do Campeonato Cearense de 1951. Já o Sampaio Corrêa, que só voltaria a vencer o Maranhense na temporada de 1953, acabou ganhando uma mascote para sempre.

Mesmo embalado por duas vitórias consecutivas e ocupando a sétima colocação do Campeonato Brasileiro Série B, o Sampaio Corrêa vive uma situação similar a de 1951, já que o Ceará vem embalado pelo Tetracampeonato Estadual, pelo vice-campeonato da Copa do Nordeste e pela terceira posição na Segundona, sendo considerado favorito por muitos devido a esse desempenho recente. Com isso, a Bolívia Querida terá o desafio, diante de sua torcida, de relembrar aos cearenses que, tanto no Castelão quanto nos mares, quem manda é o Tubarão.

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