Futebol

Aidar se arrepende de renúncia, promete vingança e detona até Rogério Ceni

Ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, quebrou o silêncio sobre acusações.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h37
(Divulgação)

SÃO PAULO - Quando o São Paulo experimentava momento de paz raro em 2015, após a bela despedida de Rogério Ceni, Carlos Miguel Aidar resolveu quebrar o silêncio. Acusado de corrupção, o ex-presidente, que renunciou e abriu caminho para Carlos Augusto de Barros e Silva, se diz inocente, promete vingança contra a atual diretoria e detona até o mito tricolor.

“Assim como o Juvenal Juvêncio não preparou sucessor, porque achou que seria eterno, o Rogério Ceni não deixava que surgissem líderes. Um exemplo era o Dória, que batia de frente com ele. O Rogério também não gosta do Pato, porque ele ganha muito. O Rogério marginaliza essas lideranças”, critica Aidar, em entrevista ao jornal Diário de S. Paulo.

Em meio à tempestade de denúncias que cercaram sua gestão, o ex-mandatário renunciou no início de outubro, mas agora se arrepende da decisão, além de disparar contra seu sucessor, Leco, o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, e o gerente de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, ameaçando-os com a frase “a vingança é um prato que se come frio e pelas beiradas”.

“Eu não deveria ter renunciado, me arrependo disso. Só o fiz porque várias pessoas próximas sugeriram. Minha renúncia pode parecer algo como ‘quem cala consente’. Mas deveria ter ficado, nomeado a diretoria com gente da oposição e me licenciado, deixaria os caras investigado para que, se achassem um fio, eu renunciar, se não, voltaria soberano”, comenta.

Ataíde é o atual dirigente do qual Aidar fala com mais rancor. Segundo ele, os jogadores não gostam do vice de futebol, e Leco o trouxe de volta apenas como uma provocação à antiga gestão.

Além disso, o ex-presidente abordou a briga que causou a demissão de Ataíde em primeiro lugar, dizendo que ele reagiu mal à declaração de que estaria “de frescura”, tentou enforcá-lo e fez com que quebrasse um osso da mão tentando se defender.

Em reação às denúncias de corrupção que pairam sobre seu nome, Aidar entrou em detalhes sobre alguns casos. Ele garante não ter visto nada de suspeito na contratação do zagueiro Iago Maidana, que foi vendido pelo Criciúma ao Monte Cristo por R$ 800 mil e, dias depois, comprado pelo São Paulo por mais de R$ 2 milhões. Segundo o ex-presidente, tal valor foi pago devido à concorrência de Inter e Cruzeiro pelo atleta.

Também sobrou para Milton Cruz. O coordenador técnico é apontado pelo ex-mandatário como responsável pela indicação do zagueiro Luiz Eduardo, que estava no São Caetano antes de se transferir para o Tricolor, e acusado de ter seu filho como intermediário do negócio.

“Eu deveria ter mandado embora o Milton, o Ataíde e mais um monte de gente do futebol no começo do ano”, resume Aidar. “Tive de proibir o Milton Cruz de levar celular para o banco de reservas e para o vestiário porque descobri que o Abilio Diniz ficava ligando durante o jogo para dar palpite sobre a escalação”, completa, atacando também o megaempresário são-paulino que vem rondando a diretoria do clube nos últimos tempos.

Até o treinador Juan Carlos Osorio foi criticado pelo ex-presidente tricolor, que o aponta como “marqueteiro”, embora não se arrependa de ter contratado o colombiano, que substituiu Muricy Ramalho e ficou apenas quatro meses no comando da equipe até trocar o São Paulo pela seleção mexicana.

“Não sei como ele ganhou respeito incrível da imprensa e da opinião pública. Era um marqueteiro danado. Não repetiu o time em 22 partidas, isso não é coisa de treinador, ele achava que o time era laboratório. Eu sabia que ele fazia rodízio, mas não sabia que punha goleiro de centroavante. Se soubesse, não traria. Só me arrependo de não ter mandado a mensagem no celular dele antes. Fui eu quem mandou ele parar com rodízio e definir logo a equipe”, concluiu Aidar, esclarecendo que foi autor do SMS que irritou Osorio e ocasionou seu primeiro pedido de demissão, antes de ir para o México.

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