Brasileirão 2025

Três perfis táticos que explicam por que estes treinadores vencem na elite do futebol brasileiro

Vencer aqui exige organização tática imediata, pois a pressão por resultados é gigantesca.

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Atualizada em 05/11/2025 às 10h23
Três perfis táticos que explicam por que estes treinadores vencem na elite do futebol brasileiro.
Três perfis táticos que explicam por que estes treinadores vencem na elite do futebol brasileiro. (Foto: Divulgação)

O Brasileirão 2025 está pegando fogo. A competição se consolidou e é, de fato, uma das mais difíceis do planeta, ficando atrás apenas das cinco grandes ligas da Europa. A competição é tão acirrada que gera debates intensos, seja na análise tática ou na expectativa do torcedor, que muitas vezes usa até um Código de indicação Betano para testar suas previsões. 

Vencer aqui exige organização tática imediata, pois a pressão por resultados é gigantesca. Por isso, vemos uma busca clara por metodologias estrangeiras, onde a influência portuguesa, por exemplo, é muito forte. Técnicos como Abel Ferreira trouxeram a Periodização Tática, um método que organiza o treino de forma científica, integrando tática, técnica e físico. 

Parece que o talento local precisava dessa estrutura. Isso ajuda a explicar os atuais perfis táticos de sucesso. A elite do futebol brasileiro está, sem dúvida, mais sofisticada.

Abel Ferreira o pragmatismo multicampeão

Abel Ferreira é a figura dominante, comandando o Palmeiras desde 2020. Isso é uma verdadeira anomalia num futebol conhecido pela alta rotatividade de treinadores. Seu currículo é vasto, incluindo duas Libertadores, dois Brasileirões, além de Copas e Paulistas. Devido a essa consistência, sua média de pontos é altíssima, mostrando que a prioridade do Palmeiras pela estabilidade deu certo. 

O esquema preferido é o 4-2-3-1, mas a maior virtude de Abel é a flexibilidade tática. Ele prepara o time especificamente para cada adversário. Defensivamente, o Palmeiras joga de forma compacta, mantendo as linhas muito próximas. Os zagueiros são agressivos. Contudo, essa agressividade tem um preço, já que o time por vezes expõe a profundidade. Bolas longas nas costas da zaga são um problema recorrente. 

No ataque, as transições são a arma principal, com um jogo rápido e vertical, onde os pontas ficam bem abertos para dar amplitude.

Filipe Luís e a retomada do DNA rubro-negro

Filipe Luís representa a nova geração. Aos 40 anos, ele fez a transição da base do Flamengo direto para o time principal, e seu impacto foi imediato. Os números estatísticos são incríveis, pois em 75 jogos, sua média de pontos (2.20) é altíssima. Claro está que a amostra ainda é menor que a de Abel. 

O grande desafio, portanto, é manter esse nível altíssimo diante do brutal calendário brasileiro. O perfil tático do Flamengo busca o equilíbrio, usando o 4-2-3-1 como base. A organização defensiva é muito rigorosa, com uma linha de quatro defensores coordenada que bascula intensamente para fechar os espaços. 

No ataque, a mobilidade é a chave, dando muito protagonismo aos laterais. Filipe Luís quer impor o "DNA Flamengo", que significa pressão alta constante e a busca incessante por roubar a bola do rival.

Rogério Ceni o ideólogo do projeto SAF

O caso de Rogério Ceni no Bahia é realmente único. Sua chegada está intrinsecamente ligada à SAF, já que o clube agora pertence ao City Football Group (CFG). Ceni tem um contrato longo, até 2027, uma estabilidade que é um verdadeiro luxo no Brasil. Isso permite implementar uma ideia de jogo clara. 

O Bahia adota o Jogo de Posição, alinhado à filosofia global do Grupo City. O time mostra grande versatilidade tática, pois o 4-3-3 inicial se transforma. Na fase ofensiva, por exemplo, o time se arruma num 3-2-5, buscando criar superioridade numérica no ataque. Os jogadores precisam executar múltiplas funções, e a continuidade do trabalho permite essa complexidade. 

O Bahia pressiona muito para recuperar a bola. Porém, isso gera um risco tático conhecido. O lado oposto do campo frequentemente fica totalmente livre. Se o adversário consegue inverter o jogo rápido, encontra muito espaço.

A estabilidade é a chave da vitória

O que esses perfis táticos nos ensinam? A metodologia estruturada é, sem dúvida, fundamental. Abel usa a Periodização Tática, Ceni aplica o Jogo de Posição e Filipe Luís usa sua experiência de elite. Mas o sucesso de todos eles depende de algo além do campo. 

O tempo de trabalho é o fator decisivo. O Palmeiras colhe hoje os frutos da longa permanência de Abel. O Bahia, protegido pela estrutura da SAF, dá a Ceni algo raro no país, que é a paciência institucional. O Flamengo, por sua vez, apostou em alguém de dentro. 

Parece que os clubes brasileiros finalmente começam a entender que a cultura da demissão imediata não funciona. A estabilidade é o verdadeiro alicerce para vitórias constantes.

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