BRASIL - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estuda a implantação do impedimento semiautomático a partir do Campeonato Brasileiro de 2026. A tecnologia, que promete mais precisão e agilidade nas decisões do VAR, utiliza uma estrutura formada por cerca de 30 câmeras de alta definição, conectividade e energia estável para o funcionamento do sistema.
A empresa britânica Genius, responsável pelo serviço na Premier League, além das ligas da Bélgica e do México, é a principal candidata a fornecer a tecnologia para o futebol brasileiro. Embora o acordo ainda não tenha sido assinado, as negociações estão avançadas e o sistema desponta como o favorito da CBF.
Testes e acompanhamento internacional
O chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Rodrigo Cintra, está em Londres para acompanhar de perto o funcionamento da tecnologia e participar de novas reuniões com representantes da Genius.
Segundo Harry Lennard, ex-bandeirinha e líder do projeto da empresa, o sistema monitora milhares de pontos do corpo de cada atleta e da bola, utilizando inteligência artificial para determinar o momento exato do passe e a posição do jogador em relação à linha de impedimento.
“Não existe imagem borrada no toque na bola. Você pode ver todos os movimentos, e isso elimina a necessidade de um chip na bola”, explicou Lennard em entrevista ao ge.
Precisão e rapidez nas decisões
De acordo com Lennard, o sistema tem 97,8% de acerto nas decisões automáticas, tornando as análises mais confiáveis e reduzindo o tempo de checagem do VAR.
“Em um fim de semana recente da Premier League, o sistema analisou cerca de 250 impedimentos. Em apenas uma decisão tivemos que ajustar o ponto do toque na bola”, destacou.
A tecnologia também impacta o tempo de jogo. Segundo dados da liga inglesa, a média de tempo entre a marcação de um gol e a confirmação pelo VAR é de cerca de um minuto, o que melhora o fluxo da partida sem comprometer a precisão.
Implementação no Brasil
A CBF pretende iniciar o uso do impedimento semiautomático já no começo do Brasileirão de 2026. Na Inglaterra, o sistema começou a operar em abril de 2025, durante a 32ª rodada da Premier League.
De acordo com Lennard, a instalação da estrutura necessária é simples e adaptável a diferentes tipos de estádios:
“Precisamos de cerca de dois dias para instalar os equipamentos. Até hoje, não houve um estádio onde não conseguimos fazer funcionar. Em alguns casos, como na Bélgica, colocamos câmeras em postes por causa de reformas, e a qualidade permaneceu a mesma”, completou.
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