CURITIBA - Estádio Couto Pereira, Curitiba, sete de dezembro de 2016. Caso o avião da Chapecoense não sofresse um trágico acidente há nove dias, Chapecoense e Atlético Nacional estariam se enfrentando pela partida de volta da final da Copa Sul-Americana nesta quarta-feira.
Porém, o que restou a curitibanos foi dar à Chape uma homenagem, assim como a organizada pelos colombianos há uma semana, no estádio Atanásio Girardot. Na noite desta quarta-feira, a capital paranaense sediou mais um momento histórico em solidariedade às vítimas da tragédia que assolou a delegação do clube catarinense com uma bela homenagem às 71 vítimas, dentre elas 19 jogadores da Chape.
Do lado de fora, torcedores dos três grandes rivais da cidade, Coritiba, Atlético Paranaense e Paraná Clube, festejavam e juntavam-se num único coro. Torcidas organizadas do estado, que já protagonizaram cenas de barbaridade e violência, ficaram lado a lado. No fim das contas, o Couto Pereira teve de fechar os portões para evitar uma superlotação, e 30 mil pessoas acompanharam a cerimônia.
As homenagens começaram com um culto ecumênico. O reverendo Antonio Jairo, com belas palavras, agradeceu ao povo colombiano e exaltou o Atlético Nacional. “São verdadeiros libertadores da América, pois libertaram a fraternidade latente entre países vizinhos. E deram a liberdade de ninguém ter ganância na disputa do vencer, servindo e amando de coração sincero”.
Outro momento emblemático aconteceu em seguida. O Padre João Maria inflamou os espectadores nas arquibancadas, pediu barulho e foi atendido. De pronto, o estádio explodiu com gritos pela Chape, sinalizadores e uma festa inesquecível. “É o grito que chega até os céus”, disse o religioso. Foi o ápice da festa.
A homenagem terminou com minuto de silêncio e uma salva de 71 tiros em homenagem aos mortos. Depois, o Couto Pereira explodiu de vez, com mais sinalizadores verdes e um “vamo vamo Chape” entoando pelo Alto da Glória.
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