MEDELLÍN (COLÔMBIA) - Três sobreviventes do acidente aéreo envolvendo a delegação da Chapecoense receberão autorização para sentar fora do leito nas próximas horas. O lateral esquerdo Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel poderão sair pela primeira vez na tarde desta segunda-feira. O goleiro Jackson Follmann, que teve a perna direita amputada, deve sentar na poltrona na terça-feira.
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Já o zagueiro Neto segue em estado crítico. O atleta tem recebido tratamento intenso para uma infecção pulmonar. Ele é o único que segue sedado e está fora de perigo, mas exige atenção redobrada dos médicos por não ter apresentado a evolução esperada nos últimos dias.
“O Neto segue em situação muito crítica, sob sedação. Nós estamos controlando um processo de infecção pulmonar, ele teve um trauma muito forte no tórax também, está respirando mecanicamente”, explicou Ferney Rodriguez, diretor clinico do Hospital São Vicente, da cidade colombiana de Medellín, em entrevista coletiva.
Embora Neto apresente a recuperação mais lenta entre os sobreviventes, não houve uma regressão no seu quadro clínico. Todos eles são observados de perto pelos médicos porque correm riscos de sofrer com novas infecções ou pneumonia.
Segundo um dos médicos da Chapecoense, Edson Stakonski, a saída do leito é “uma evolução muito importante” no quadro dos sobreviventes. Follmann será o último a sair porque a equipe do hospital avaliará a necessidade de fazer uma limpeza em seus ferimentos. O procedimento é padrão.
“Se eles estão sentados fora do leito, eles já podem se movimentar um pouco. Isso ajuda muito a parte pulmonar, então sem dúvidas é um avanço bem expressivo”, disse Marcos Sognali, ortopedista da Chapecoense. “Veremos como o corpo reage com eles sentados, já que a pressão é um pouquinho diferente. A partir do momento em que eles ficam de pé, o coração precisa bombear sangue mais rápido”.
A resposta dos sobreviventes fora do leito pode contribuir para a definição de um prazo para a saída da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O corpo médico revelou que os pacientes estão animados e conversam bastante com as suas famílias.
Além dos quatro brasileiros, dois bolivianos que trabalhavam como tripulantes sobreviveram ao acidente aéreo. Ferney Rodriguez disse que não é possível precisar o que salvou a vida destas pessoas. Ele afirmou que, no momento, qualquer causa apontada seria mera especulação.
O acidente com o avião da companhia boliviana Lamia matou 71 pessoas, incluindo 19 atletas e toda a comissão técnica da Chapecoense. As vítimas que eram ligadas ao clube catarinense foram veladas em uma cerimônia ocorrida no sábado, na Arena Condá. Os sepultamentos dos corpos ocorreram ao longo do final de semana.
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