RIO DE JANEIRO - O sonho de Diego Hypólito finalmente se realizou. O ginasta, após erros que lhe deixaram fora do pódio nos Jogos de 2008 e 2012, conseguiu uma medalha olímpica no Rio de Janeiro, ao levar a prata na final masculina do solo. E a volta por cima na carreira, além do orgulho em defender o Brasil nas Olimpíadas são características que o ginasta confessa ter conseguido por ter se espelhado em outros grandes nomes do esporte verde e amarelo.
“Eu me inspirava muito em Ayrton Senna em sempre querer mostrar nossa nação. Tenho muito orgulho de ser brasileiro. A gente não desiste nunca. Me inspirei demais na minha irmã e na Daiane dos Santos, também. E também o Guga. Não é só o esporte, ele transborda ser uma boa pessoa. O esporte não é uma briga, como muitas vezes as pessoas colocam. Não quero que o atleta caia para que eu vença. Quero simplesmente vencer por meus méritos. Vi muito isso no Guga e no Ayrton Senna”, disse Hypólito, em entrevista coletiva.
Conseguir finalmente terminar uma prova no solo entre os melhores emocionou Diego, que confessa ter lembrado dos erros em Pequim e Londres logo que soube ter conquistado a prata, e ao lado de Arthur Nory, que assegurou a dobradinha brasileira na prova e subiu ao pódio com o bronze.
“Passou um filme na cabeça. Esses jogos não levaram quatro anos, foram 12. Foi o treino para Pequim, Londres e para cá. Todos os atletas eram muito merecedores de estarem competindo aqui. E quando a gente termina e vê que o trabalho foi cumprido, percebe que vale muito a pena. Ainda mais duas medalhas, nunca pensei que fosse possível. Tentei me focar ao máximo nessa reta final para dar certo. E quando dá certo, passa muita coisa na cabeça. A primeira coisa foi a queda, em Pequim e Londres”, explicou.
Arthur Nory tem só 22 anos e disputou os Jogos Olímpicos pela primeira vez. E a conquista do bronze, confessa o ginasta, foi impulsionada pelo apoio de sua família, que o acompanha muito de perto no ginásio durante sua apresentação: “Para mim foi muito emocionante, pois minha família não mora comigo, então eu queria que eles estivessem juntos comigo nesse momento. Me emocionei bastante quando vi eles no ginásio. A torcida deles dá aquele gás, foi fundamental”.
Adotando uma estratégia de risco na performance que lhe rendeu o terceiro lugar no pódio na final, Nory pontuou como a ambição tem que fazer parte da atitude dos atletas que querem vencer: “Para brigar por medalhas, você tem que ousar e ir para o tudo ou nada. Depois que peguei a final, passou aquele filme todo porque sempre me destaquei no solo mas na verdade estava mais preparado para a barra. Falei com o meu técnico e ele confiou em mim para buscarmos uma medalha. Acabou dando certo, arrisquei e acreditei nesse trabalho. Fui ambicioso”.
Ambos os medalhistas apostam na continuidade da ginástica artística brasileira como força importante nos Jogos de Tóquio, em 2020, mas Diego ressalta que “é mais eficiente focar em fazer o seu melhor do que desejar medalhas”, sem deixar de acreditar em resultados melhores do que os dos Jogos do Rio daqui a quatro anos.
Projetando até mesmo o que fazer depois do final da carreira, o veterano Hypólito revela que já se decidiu: “Sonho depois de Tóquio trabalhar com Jornalismo, porque com isso vamos dar a oportunidade de nosso povo entender que todos somos vitoriosos. Todos os atletas sentem dor, do último ao primeiro”.
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