RIO DE JANEIRO - Chorando copiosamente após se tornar a primeira brasileira campeã nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Rafaela Silva quase não conseguiu conceder entrevista ao final da sua luta contra Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, na decisão da categoria até 57kg do judô. Quando enxugou as lágrimas, a medalhista de ouro recordou a trajetória sofrida que teve rumo à conquista.
“Treinei muito depois de Londres. Todo o mundo me criticou por causa daquela derrota, falou que o judô não era para mim, que eu era a vergonha da família. Agora, sou campeã olímpica”, emocionou-se novamente Rafaela, que também conquistou o Mundial de 2013, no Rio de Janeiro.
A judoca se referiu à traumática queda diante da húngara Hedvig Karakas (batida por ela nas quartas de final neste ano) nos Jogos Olímpicos de Londres, onde acabou desclassificada por um golpe ilegal na segunda rodada. Na internet, Rafaela precisou lidar até com insultos racistas do público.
Não foi apenas a eliminação nas últimas Olímpiadas que a nova campeã olímpica do judô brasileiro superou. Criada na favela da Cidade de Deus, Rafaela é uma revelação do Instituto Reação, do ex-judoca Flávio Canto, e encontrou no esporte o seu meio de vida.
“A minha vida é o judô. Se não fosse por isso, não sei o que eu seria. Poderia estar até hoje na Cidade de Deus. Graças a Deus, conquistei tudo no esporte. Sou campeã mundial e olímpica”, orgulhou-se.
Rafaela Silva também atingiu o status de ídolo. A judoca foi ovacionada no tatame da Arena Carioca 2. “Agradeço a todo o mundo que me ajudou a cada luta, que viu o meu sofrimento diário. Eu não gostava muito de treinar, mas ninguém treinou mais do que eu. Graças a Deus, a medalha veio”, celebrou, ameaçando voltar a chorar.
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