SÃO PAULO - Cinco vezes melhor do mundo, a brasileira Marta estreou de forma discreta na Olimpíada do Rio na vitória da equipe que capitania por 3 a 0 sobre a China. Mas, na noite desse sábado (6), o público que compareceu em excelente número ao Engenhão pôde, enfim, acompanhar uma atuação de gala da camisa 10. Com dois gols e uma assistência diante da forte seleção sueca, invicta até então no ano, Marta comandou a goleada de 5 a 1 que colou a Seleção Brasileira na próxima fase dos Jogos do Rio com uma rodada de antecedência.
“Independente do meu gol, acho que a felicidade maior é a gente perceber que conseguiu manter a performance, a mesma pegada que a gente mostrou no primeiro jogo, e esse é o nosso desafio. Agora é tentar manter isso até o final para que a gente possa chegar ao objetivo”, avisou, ao Sportv, a maior de todos os tempos do futebol feminino, focada no inédito ouro de uma tal forma, que pouco valorizou o fato do time entrar em campo na terça já classificado para enfrentar a África do Sul, que não tem mais chances de avançar.
“É uma tranquilidade, mas a gente não pode deixar isso influenciar para não relaxar”, cobrou Marta, ecoada pela atacante Beatriz, que também marcou dois gols neste sábado. “A gente espera fechar em primeiro lugar lá em Manaus”, completou Bia, refutando a opção da Seleção ‘escolher’ seu adversário na fase de mata.
Tanto esforço em campo foi recompensado por uma manifestação inesquecível de que estava nas arquibancadas do Engenhão. A torcida cantou o nome de Marta, vibrou com as jogadas da brasileira, aplaudiu e completou a festa cantando que ela era melhor que Neymar, craque da equipe masculina, porém, que não goza do mesmo encantamento dos torcedores.
“Isso é o carinho do público. A gente sabe que o Neymar é o melhor jogador que a gente tem na atualidade. A gente torce para ele, como eles torcem por nós. Essa comparação a gente deixa para a torcida. É importante ter o Neymar, ter uma Marta, ter uma Formiga… Nós somos brasileiros”, disse a meia-atacante, buscando não centralizar todos os méritos em si.
A acachapante vitória das donas da casa neste sábado também teve um sabor especial para Marta por um motivo curioso. Apesar de sua gana mostrada em campo e uma exibição praticamente perfeita, a camisa 10 sempre fala com muito carinho da Suécia, país em que morou de 2004 a 2008 e para onde voltou em 2012 e vive até hoje em função de sua carreira.
“Elas estão apaixonadas pelo Brasil. A gente está sempre se encontrando lá na Vila (Olímpica), estamos morando no mesmo prédio, o carinho é muito grande. Mas com a bola rolando a gente tem que separar as coisas. Foi o que eu tentei fazer enquanto estava rolando a bola”, explicou a jogadora.
Com a cabeça mais fria do que de suas atletas, o técnico Vadão não escondeu o orgulho pelo resultado alcançado na partida que tinha tudo para ser o grande desafio do Brasil nesta primeira fase da competição. Mesmo assim, o treinador também admitiu que não esperava um placar tão elástico, construído principalmente depois de um primeiro tempo avassalador, em que as mulheres brasileira foram ao vestiário já com 3 a 0 na conta.
“O placar foi muito alto, pelo time que enfrentamos. Estávamos confiantes em fazer um bom jogo, mas um placar como foi não é comum para duas seleções desse nível. O placar foi surpreendente, sim, mas a boa atuação, não. A gente tem trabalhado muito para que isso aconteça”, analisou Vadão, seguido pela ataque Beatriz na avaliação do confronto.
“A gente conseguiu impor nosso ritmo. A gente sabia da dificuldade que seria jogar contra a Suécia, mas a gente, com calma, soube aproveitar o momento, as oportunidades, e o resultado foi esse”, concluiu.
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