SÃO LUÍS – “Ei, chama o doutor. O atleta se machucou”. Ter uma lesão durante um competição é algo que todo atleta pode vir a ter em uma fração de segundos. Conviver com a dor pode não ser tão fácil, mas se faz necessário. E, durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, algumas pessoas terão a complicada missão de recuperar um atleta em poucos minutos. Estas pessoas são os fisioterapeutas, que acabam se tornando “anjos”. São eles que fazem o primeiro atendimento ainda no local da competição e são responsáveis em “curar” ou amenizar os problemas que os atletas venham a ter. Claro que serão inúmeros profissionais trabalhando para deixar cada competidor 100%, mas um desses “anjos” é o maranhense Amir Curcio.
Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino há cinco anos e prestes a concluir seu doutorado, Amir será mais um maranhense que estará na Olimpíada do Rio de Janeiro a trabalho. Em sua primeira participação em Jogos Olímpicos, o fisioterapeuta vai atuar no atendimento de campo durante todas as provas de atletismo e partidas de futebol que ocorrerem no Estádio Olímpico (Engenhão).
E, após anos trabalhando diretamente com as categorias de base da Seleção Brasileira Masculina e com a Seleção Brasileira Feminina, atuar em uma Olimpíada pode ser considerado o auge na carreira deste maranhense de 30 anos.
“Não tem nada de comum não. É, sem dúvida nenhuma, o degrau mais alto que eu vou dar na minha carreira. Acho que não tem como ser melhor do que isso. Por mais que eu tenha ido a Copas do Mundo femininas e tudo mais, a Olimpíadas é o maior evento, não só esportivo. É o maior evento do mundo. É muita coisa envolvida, é um trabalho nos bastidores muito grande. É um evento que não tem nada de comum. É o que todo profissional quer. É o auge”, explicou ao Imirante Esporte.
E por ter atuado em eventos internacionais com a Seleção Brasileira, Amir Curcio se diz preparado em trabalhar mais uma vez sob pressão. Quando um atleta sente algum tipo de lesão, a função do fisioterapeuta é atendê-lo e colocá-lo de volta à partida ou prova o mais rápido possível e em condições de competir.
“A pressão tem, a gente sente, mas a gente gosta. O grande diferencial deste atendimento no campo é justamente esse de você dar um jeito em 30 segundos, 2 minutos, e resolver aquele quadro naquela hora para o atleta voltar porque ele está precisando. Nosso papel ali é decidir e saber se o cara tem condições de voltar ou não. Se tiver, faz o que der rapidinho porque a gente está com a famosa malinha do campo e faz o tratamento paliativo para ele segurar até o intervalo. Essa pressão existe, é gostosa e a gente sente prazer com ela”, revela.
No entanto, nem sempre o fisioterapeuta consegue superar as lesões de seus pacientes em tão curto espaço de tempo. “A gente, acima de tudo, é profissional da saúde. Precisamos zelar pela saúde do atleta. Por mais que seja uma Olimpíada, que ele se preparou por bastante tempo, às vezes não dá para voltar, às vezes é uma lesão grave e temos que decidir ali com o médico no campo se dá ou não dá. E, quando não dá, não tem como. Por mais que seja feito um trabalho de quatro anos, com muita coisa envolvida, o que importa, acima de tudo, é a saúde do atleta, é a nossa profissão que está em jogo. São ossos do ofício”.
Amir na Seleção
Amir Curcio começou seu trabalho na Seleção Brasileira em 2011. Primeiramente atuou com as seleções masculinas de base até trabalhar com todas as categorias da Seleção Feminina. Fisioterapeuta da equipe de Marta e companhia, Amir Curcio lembra do início do trabalho junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Isso é engraçado. Eu digo que caiu no meu colo porque todo mundo tem o sonho de trabalhar na Seleção Brasileira de Futebol, mas eu digo que é um sonho que a gente deixa meio de lado e pensa que nunca vai conseguir. Eu tinha este sonho, mas não esperava. Em 2011, a Santa Casa havia acabado de assumir o departamento medico da Seleção Brasileira. O meu chefe havia acabado de ter filho e não poderia ir e me perguntou se eu estava interessado. Comecei na categoria de base da Seleção Masculina e depois a gente assumiu toda a Seleção Feminina, desde a base até a principal”, recorda.
E Curcio completa: “Apesar de ser categoria de base, é uma coisa muito levada a sério aqui no país. E, por mais que seja uma categoria de base, a gente tem toda a estrutura. Foi uma coisa inicialmente diferente, mas foi uma experiência legal”.
Em busca do ouro olímpico
Nesta Olimpíada, Amir Curcio não estará trabalhando diretamente com a Seleção Brasileira Feminina. Apesar disso, o maranhense participou de toda a preparação da equipe olímpica e acredita que é possível o Brasil conquistar o tão sonhado ouro olímpico, que já bateu na trave em duas oportunidades.
“Acho que este é o ano, esta é a hora. Foi feito um trabalho nos últimos dois anos visando a Olimpíada. Elas estão muito bem treinadas. O time está pronto. Elas estão com muita vontade. Já bateram na trave algumas vezes. Elas merecem e já perceberam que tem que ser agora. Teoricamente, já pode ter tido times melhores, mas, agora, com a vontade que elas estão e com o treinamento que foi feito, a expectativa é que esta Olimpíada seja nossa”, concluiu.
A Seleção Brasileira Feminina estreia nesta quarta-feira (3) na Olimpíada do Rio de Janeiro. Marta e companhia enfrentarão a China, no Engenhão.
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