Rio 2016

Ministério da Saúde ativa centro de monitoramento dos Jogos Olímpicos

Serão 125 profissionais destacados, exclusivamente, para o monitoramento.

Divulgação/Agência Saúde

Atualizada em 27/03/2022 às 11h30
O centro irá monitorar o atendimento prestado a atletas, delegações e expectadores dos jogos Olímpicos e Paralímpicos, integrado com salas ativadas nas seis cidades-sedes.
O centro irá monitorar o atendimento prestado a atletas, delegações e expectadores dos jogos Olímpicos e Paralímpicos, integrado com salas ativadas nas seis cidades-sedes. (Foto: Beth Santos)

BRASÍLIA - Foi instalado nesta sexta-feira (29) o Centro Integrado de Monitoramento de Operações Conjuntas em Saúde Nacional (CIOCS), que funciona na sede do Ministério da Saúde, em Brasília, até 20 de setembro. O centro irá monitorar o atendimento prestado a atletas, delegações e expectadores dos jogos Olímpicos e Paralímpicos, integrado com salas ativadas nas seis cidades-sedes. O monitoramento inclui a vigilância epidemiológica e sanitária, situações de risco, bem como a coordenação de respostas diante de emergências em saúde pública. Serão 125 profissionais do Ministério da Saúde destacados, exclusivamente, para este monitoramento.

Durante a abertura dos trabalhos, foi realizada videoconferência com o CIOCS do Rio de Janeiro, que também iniciou nesta sexta-feira as suas atividades. O secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Antonio Nardi, participou da abertura e destacou a importância do centro de monitoramento. “Há segurança total do governo brasileiro de que teremos uma olimpíada segura. O centro integrado de monitoramento do governo federal, em parceria com município e estado do Rio de Janeiro, está apto a monitorar, comunicar e solucionar todo e qualquer evento adverso e agravo em saúde”, afirmou.

Esse modelo de monitoramento é utilizado no país desde 2011 e já foi ativado na Copa do Mundo e na Jornada Mundial da Juventude. Durante a Copa do Mundo, apenas 0,2% dos participantes precisaram de remoção para atendimentos fora das arenas. A estimativa internacional é de que entre 1% e 2% do público em eventos de massa necessite de algum cuidado médico e apenas 0,2% a 0,5% tenha necessidade de transferência para serviços de maior complexidade. Com isso, durante todo o período dos jogos é possível calcular cerca de 20 mil atendimentos e 700 remoções.

Avaliação de risco

O Ministério da Saúde finalizou neste mês estudo, em parceria com as secretarias de saúde, que apresenta as avaliações de risco de doenças durante as Olimpíadas, em cada uma das cidades onde ocorrerão os jogos. A ação está em consonância com comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reforçou a importância das pessoas que planejam vir aos jogos se vacinem contra doenças já eliminadas no Brasil, como sarampo e rubéola.

"A eliminação dessas doenças é muito significativa para o Brasil. Nada mais efetivo para a saúde pública do que a vacina e, foi graças à vacinação em massa contra a rubéola, o sarampo e a poliomielite, que alcançamos, praticamente, a eliminação destas doenças”, explica o diretor do Departamento das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. Por isso, segundo ele, o Ministério da Saúde tem preocupação com os viajantes procedentes de países onde esse vírus ainda circula, especialmente com relação aqueles que não se vacinarem. “Queremos evitar a reintrodução no Brasil destas doenças”, reforçou o diretor.

No Brasil, a transmissão endêmica da rubéola congênita foi interrompida em 2008 e, no ano passado, o país recebeu o certificado de eliminação da rubéola e rubéola congênita em território nacional, de acordo com a OMS. O país comprovou não registrar casos da transmissão endêmica das doenças desde 2008 e 2009, respectivamente. Em relação ao sarampo, o Brasil encontra-se em processo de certificação da eliminação da doença. Os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no País eram importados ou relacionados à importação. Outra doença eliminada no país é a poliomielite que não apresenta casos desde 1991 e que está também em processo de erradicação global.

Atualmente, três vacinas são ofertadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contra a rubéola e sarampo: a dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). As vacinas tríplice viral (introdução gradativa desde 1992) e tetra viral (introduzida em 2013) fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis durante todo o ano nas 36 mil salas de vacinação. Já contra a poliomielite a proteção é feita com três doses de injeção para crianças aos dois, quatro e seis meses, além de dois reforços com as gotinhas aos 15 meses e quatro anos. Para adultos que não tenham sido vacinados é ofertada uma dose da vacina oral.

O estudo, chamado “Avaliação de risco das cidades sede das Olimpíadas”, teve como objetivo avaliar riscos e danos à saúde pública, que podem ocorrer durante os Jogos, com ênfase para os riscos de potencial impacto relevante em saúde pública. A estratégia metodológica se apoiou na revisão de literatura, em critérios iniciais tais como: doenças e agravos, sazonalidade e população alvo, probabilidade de ocorrência dos riscos e impacto potencial durante os Jogos. Entre os riscos exógenos, ou seja, que podem ser trazidos para o país estão a rubéola, sarampo e poliomielite. Já em relação aos riscos endógenos, que um turista pode pegar no país, estão dengue, Febre Chikungunya, vírus zika e influenza.

Zika

Em coletiva de imprensa realizada neste mês de julho, a OMS tranquilizou os jornalistas que virão cobrir os jogos no país em relação ao vírus zika. O coordenador de Controle de Unidade de doenças epidêmicas da OMS, William Perea, minimizou os riscos de contaminação pela doença no período. “O risco de se contrair o vírus zika durante os Jogos Olímpicos existe, mas é mínimo. Poucas pessoas estarão suscetíveis a serem infectadas pela doença no Rio de Janeiro”, frisou William Perea.

Entre os fatores de baixo risco de transmissão do zika relatados pelo especialista estão o período do inverno no Brasil, que representa historicamente baixa circulação do Aedes aegypti, além das ações de combate ao mosquito intensificadas pelo governo brasileiro. O comunicado da OMS reafirmou ainda as recomendações anteriores, ressaltando que não deve haver restrições gerais sobre viagens e comércio regiões com a transmissão do vírus zika, incluindo as cidades do Brasil onde serão realizados os jogos.

Em relação à prevenção para viajantes internacionais, as orientações da OMS às mulheres grávidas permanecem: a recomendação é que elas não viajem para áreas com surto do zika. Além disso, as gestantes, cujos parceiros estiveram nesses locais, devem usar preservativo em todas as relações sexuais.

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