SÃO PAULO - Após os ataques terroristas na França, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Bezoini, declarou que o Brasil deve aceitar ajuda de órgãos de inteligência internacionais para aumentar a segurança nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
“Os eventos recentes e outros mostram que todo cuidado é pouco e toda preparação é pouca. Países que já têm uma história de enfrentamento dessa questão foram alvo de ataques significativos. Nesse campo, não há limite para a nossa preocupação e para tomar as providências ao alcance das autoridades brasileiras”, defendeu Bezoini.
Durante a cerimônia de abertura do Seminário Internacional de Enfrentamento ao Terrorista no Brasil, realizada em Brasília, nesta segunda-feira, o ministro foi contrário ao que sinalizou a presidente Dilma Rousseff. No último domingo, a chefe de estado disse que o Brasil se encontra longe do foco dos ataques recentes. Na ocasião, o governo francês ofereceu ajuda ao país para reforçar a segurança para a Olimpíada.
Bezoini, no entanto, acredita que o Brasil deve sim se preocupar. O ministro afirmou que durante a realização dos Jogos, o país abrigará diversas delegações e chefes de estado, o que torna o território mais chamativo como alvo de ataques.
“É necessário que, diante de um evento com a magnitude das Olimpíadas do ano que vem e diante da responsabilidade pública do estado brasileiro, a sociedade brasileira discuta com profundidade como prevenir e combater de maneira incansável a prática do terrorismo. Prática que no Brasil tem poucos registros de acontecimentos, mas que evidentemente merece toda a atenção pela característica da globalização econômica e cultural atual”, disse.
Presente no evento, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Wilson Trezza, afirmou que as avaliações realizadas pelo órgão ainda não apontam o terrorismo como ameaça para os Jogos Olímpicos.
“Não há país no mundo 100% preparado. Nós tivemos o exemplo dos Estados Unidos e agora na França. Mas acreditamos que, pelo trabalho que realizamos na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, temos todas as condições de dizer que estamos preparados”, declarou. ,P>
Trezza também afirmou que, embora a ABIN ainda não tenha encontrado nenhuma célula do Estado Islâmico em território nacional, disse que o órgão vem monitorando possíveis grupos terroristas.
“Um atentado terrorista não é necessariamente promovido e executado por estrangeiros, mas poderíamos em tese ter alguém dentro do país que estivesse envolvido em atividades desse tipo. Hoje em dia, fala-se muito no chamado ‘lobo solitário’, o cidadão que atua sozinho”, contou. “Nós temos alvos não necessariamente que estejam desenvolvendo atividades, mas, em uma ação preventiva, fazemos acompanhamento de pessoas que potencialmente poderiam ter algum tipo de vínculo”, continuou.
As delegações de países como Estados Unidos, França e Iraque terão a segurança ainda mais reforçada durante a realização da Olimpíada.
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