RIO DE JANEIRO - Dos 27 projetos que compõem o plano de legados das Olimpíadas 2016, 11% foram concluídos e 89% estão na fase de execução, não havendo nenhum em estágios de planejamento e licitação. O plano de obras foi apresentado em abril do ano passado e atualizado hoje (24), em um evento em frente às obras do Museu do Amanhã, na Praça Mauá, no centro do Rio, com a participação do prefeito Eduardo Paes. São 14 projetos executados pela prefeitura, dez pelo governo estadual e três pelo governo federal.
O orçamento das obras teve variação de 2%. Apresentado há um ano, ele passou de R$ 24,1 bilhões para R$ 24,6 bilhões. De acordo com Paes, metade dessa diferença e 43% do total são financiamento privado. “Estamos provando que no Brasil dá para fazer as obras no custo e no prazo. Aditivos de até 25% são aceitáveis, está no contrato, acontece. Mas nas obras da prefeitura a diferença é de 0,024%.”
O prefeito destacou que o plano de legados se refere a obras que não são fundamentais para que as Olimpíadas ocorram, mas que foram aceleradas pela oportunidade que os Jogos proporcionaram. “É o que torna a cidade menos desigual, integra mais a cidade. São as obras de BRT, de metrô, que conectam a zona norte com a zona oeste, com a baixada de Jacarepaguá, são obras que vão ajudar na mobilidade nas Olimpíadas, mas que, sinceramente, mexem com a vida do carioca.”
Entre as obras em execução pela prefeitura estão o controle de enchentes da Grande Tijuca; a duplicação do Elevado do Joá, que liga a zona sul à Barra da Tijuca; o veículo leve sobre trilhos (VLT) na região central; o BRT Transolímpica, corredor exclusivo de ônibus especiais que vai ligar os parques olímpicos da Barra e de Deodoro. Também estão sendo feitas as requalificações urbanas do entorno dos parques olímpicos e do Estádio Olímpico Nilton Santos, no Engenho de Dentro.
Cabe ao governo estadual a construção da Linha 4 do metrô, que liga Ipanema à Barra da Tijuca, e a revitalização do sistema de trens e reforma de seis estações, além de projetos ambientais relacionados à despoluição da Baía de Guanabara e restauração das lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. Sobre a Baía de Guanabara, o secretário da Casa Civil estadual, Leonardo Espíndola, admitiu ser improvável alcançar os 80% de tratamento de esgoto, conforme prometido inicialmente, mas destacou que o esgoto tratado aumentou de 11%, em 2007, para 49%.
“Tem diversos projetos para chegar aos 80%, mas não há garantia que isso ocorra até os Jogos. As Olimpíadas passam e os projetos continuam. O objetivo era tratar 80% do esgoto que migra para a baía. Nós temos diversos projetos de troncos coletores e estações de tratamento. Com todos eles concluídos, talvez chegue aos 80%, mas não sei se vamos ter esses projetos prontos e acabados para as Olimpíadas”.
Também serão colocadas 17 novas ecobarreiras na foz dos principais rios que deságuam na Baía de Guanabara. De acordo com Espíndola, as condições das águas nos locais onde haverá competição estão de acordo com padrões internacionais de qualidade. Ele também falou sobre os ecobarcos para a retirada do lixo flutuante da Baía de Guanabara, projeto do governo estadual. Eles entraram em operação no ano passado, mas, segundo o secretário, o trabalho foi suspenso e está sendo reestruturado.
“Tivemos um evento-teste no ano passado, onde a Baía de Guanabara funcionou muito bem, [o evento] foi elogiado pelos atletas. E nos pontos onde há competição, que são aqueles mais próximos à boca da barra, onde há maior troca de oxigênio, os níveis de balneabilidade e coliformes fecais são de padrão internacional. Em 2016 nós vamos ter condições ainda melhores”. Os ecobarcos para a retirada do lixo flutuante da Baía de Guanabara, projeto do governo estadual, entraram em operação no ano passado, mas o trabalho foi suspenso e está sendo reestruturado.
O prédio onde funcionará o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem está pronto e seus equipamentos adquiridos. A responsabilidade da obra é do governo federal. Cabe ainda ao governo federal a construção, reforma e compra de aparelhos de quatro locais de treinamento oficial para 12 modalidades dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Após o evento, as estruturas vão integrar a Rede Nacional de Treinamento do Ministério do Esporte.
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