BELO HORIZONTE - Mesmo consternada pela morte do marido, a víuva Elaine Cristina Castro Cunha, 28 anos, confirmou nesta quinta-feira, durante o velório do corpo de Serginho, em Coronel Fabriciano, Minas Gerais, que o zagueiro do São Caetano tinha uma arritmia no coração. Segundo ela, o problema foi diagnosticado após os exames realizados no Incor, em fevereiro deste ano, quando todo o elenco do time do ABC foi avaliado.
- Ele fez os exames com todos os jogadores. No final dos exames, o médico disse que ele tinha uma arritmia, mas que a chance de acontecer alguma coisa era de apenas 1% - disse a viúva, repetindo o que o goleiro Sílvio Luiz falara ainda no gramado do Morumbi.
Elaine ainda disse que o médico afirmou que mesmo se Serginho parasse de jogar o problema poderia se manifestar.
- Ele (médico) disse que jogando ou não poderia acontecer. Então ele (Serginho) continuou jogando - afirmou.
Sobre a possível assinatura de um termo de responsabilidade, a esposa de Serginho foi categórica.
- Ele nunca assinou termo de responsabilidade. Ele não seria louco de colocar em risco a vida dele. Ele também iria pensar na mulher e no filho - garantiu.
Elaine também negou a hipótese levantada de que o zagueiro pretendia encerrar a carreira no fim do ano.
- Ele não pensou em parar porque não precisava. Ele queria jogar até os 40 anos. O médico disse que ele estava liberado e podia jogar - finalizou.
Enterro será nesta sexta-feira às 9h
O enterro do zagueiro Serginho será realizado nesta sexta-feira às 9h no cemitério municipal de Coronel Fabriciano, região mineira do Vale do Rio Doce. Depois de liberado no Centro de Verificação de Óbitos em São Paulo, o corpo do jogador chegou a Ipatinga em um vôo fretado. De carro foi levado até a cidade em que a esposa do jogador, Eliane, nasceu e o casal possuía alguns bens.
A diretoria do São Caetano queria que o velório fosse realizado no ABC paulista, mas sua esposa não concordou. O corpo de Serginho foi acompanhado por 23 pessoas, entre dirigentes e jogadores, além de Eliane. A família do atleta mora no Espírito Santo e não queria que Serginho fosse enterrado no estado vizinho por impossibilidade de acompanhar o funeral.
No entanto, os parentes embarcaram para Coronel Fabriciano na parte da tarde e acompanharam o velório. Apesar do resultado da autópsia não ter sido divulgado, extra-oficialmente fala-se em infarto do miocárdio e edema pulmonar.
O atleta morreu às 22h45m de quarta-feira, após sofrer uma parada cardiorrespiratória aos 14 minutos do segundo tempo do empate sem gols de seu time com o São Paulo, no Morumbi, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo foi paralisado pelo árbitro Cléber Wellington Abade, já que os atletas não possuíam condições psicológicas de continuarem atuando e os 31 minutos restantes serão disputados no próximo dia 3, às 20h30m, no Morumbi.
A partida que o São Caetano faria no próximo domingo, às 16h, contra o Paraná, no estádio Anacleto Campanella, foi adiada para o dia 10 de novembro, uma quarta-feira. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou luto oficial de uma semana e Serginho será homenageado com um minuto de silêncio antes de todas as partidas do fim de semana, das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro.
As diretorias de São Caetano, São Paulo e do Hospital São Luiz, no Morumbi, onde o jogador faleceu, divulgaram um comunicado oficial na manhã desta quinta-feira em que expressam que 'todos os protocolos médicos de atendimento emergencial foram seguidos na assistência ao jogador Paulo Sérgio Oliveira da Silva, ocorrido na noite de quarta-feira'.
Serginho caiu sozinho no gramado e foi atendido pelos médicos dos clubes. Eles tentaram reanimá-lo, diante do desespero dos demais jogadores, e o transferiram em seguida para o ambulatório do estádio e posteriormente para o Hospital São Luiz.
O goleiro Silvio Luiz, ainda no gramado, revelou que um problema cardíaco foi detectado em Serginho, nos exames de rotina feitos pelo clube na pré-temporada. Fato confirmado pelo treinador Mário Sérgio, que dirigiu o Azulão em 2003. O técnico disse ainda que o São Caetano foi negligente e deveria ter orientado o zagueiro a encerrar a carreira.
Capixaba de Vitória, Paulo Sérgio de Oliveira Silva completou 30 anos no dia 19 de outubro. Tinha um filho, de quatro anos, também chamado Paulo Sérgio. O primeiro clube do zagueiro foi o Social, de Minas Gerais, onde atuou em 1996.
No ano seguinte, se transferiu para o Democrata-MG e jogou por um ano. Retornou ao Social em 1998 e no ano seguinte foi para o Araçatuba-SP. Chegou ao São Caetano em 1999 e participou das campanhas do clube nos vice-campeonatos nacionais de 2000 e 2001 e da Taça Libertadores em 2002, além da inédita conquista do Campeonato Paulista de 2004.
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