Se uma das suas metas deste ano é ler mais livros, então esta lista pode ajudar a encontrar sua próxima obra favorita.
As publicações, escritas por autores brasileiros, apresentam desde romances sobre os conflitos da vida urbana e os silêncios da ditadura militar brasileira até as relações humanas diante da I.A. e os amores improváveis em uma viagem à Itália.
A paixão de Schrödinger, de Nala Macallan
O livro transforma a dor de um relacionamento em um experimento literário que une física quântica, psicologia e inteligência artificial. A trama acompanha um físico que, após o término com uma mulher enigmática, decide recriá-la digitalmente — dando início a uma jornada alucinante entre razão e desespero. A autora desafia a ideia de amor romântico e propõe uma reflexão sobre os limites entre humano e máquina, entre o sentir e o programar.
Esperança, de André Portella
A história acompanha a jovem Esperança, que, mesmo diante da leucemia, mobiliza colegas, inspira solidariedade e cria espaços de acolhimento em uma escola marcada por desigualdades e violência emocional. Ao lado de Lucca — garoto sensível que sofre ataques por sua origem social —, a protagonista mostra como empatia, afeto e pequenas ações coletivas podem transformar ambientes inteiros.
Os amadores do Brasil, de Marco Brito Mioni
O livro entrelaça crítica, humor, ironia, romance e tragédia ao respeito às pessoas que foram responsáveis por construir um Brasil diverso. Com um olhar afetivo ao país, o escritor celebra a pluralidade cultural, que reverbera nos costumes, sotaques, relações e até mesmo nos sonhos de um futuro melhor. Dividida em três partes e 23 histórias, a obra atravessa o tempo e o espaço. Narra desde um mito fundador sobre o surgimento da Bahia, no conto “Deus é brasileiro”, até o futuro de um país que, em 2.200 d.C., torna-se a maior potência do mundo, em “A Quarta Guerra Mundial”.
Reunião de condomínio, de Alexandre Lino
Histórias independentes, mas conectadas por fios sutis, compõem esta visão múltipla da vida urbana. Em uma cidade sem nome, personagens como um idoso milionário fascinado pela simplicidade, um empresário em crise, um agiota que finge anonimato e vizinhos envolvidos em pequenas tensões de prédio revelam o cotidiano por ângulos inesperados. De forma bem humorada, mas irônica, o livro explora as contradições humanas, onde ninguém é completamente herói ou vilão, e as dinâmicas silenciosas que se escondem atrás das portas de qualquer condomínio.
O amor come espaguete, de Vivy Corral
Uma viagem à Itália vira palco para um enemies to lovers cheio de tensão quando Ottavia, criadora de conteúdo, precisa fingir que o irmão gêmeo do influenciador para quem trabalha é, na verdade, o próprio influenciador. Entre cidades históricas, conteúdos produzidos às pressas e segredos que vão surgindo, a convivência forçada com Dominic expõe conflitos antigos e sentimentos inesperados. A história mistura humor, vulnerabilidade e romance em meio a famílias turbulentas e revelações que mudam o rumo da jornada da protagonista.
Quando o processo me pegou pelo braço, de Tati Riceli
Um relato autobiográfico sobre reaprender a habitar o próprio corpo após décadas de conflitos internos, cirurgia bariátrica e um longo percurso terapêutico. Com humor sutil e olhar atento, Tati Riceli revisita a infância, a vida adulta e os vínculos que moldaram sua relação com a comida, o afeto e a autoestima. Em capítulos independentes e um “Dicionário de Emoções Disfarçadas”, a autora reflete sobre limites, presença, reconexão e a coragem necessária para retomar o protagonismo da própria história.
O tubarão da Berrini, de Marcos Clementino
A narrativa acompanha Marcolino desde a infância frágil até o momento em que a adolescência o empurra para escolhas moldadas pelo ambiente hostil. Aos 16 anos, após um assalto mal-sucedido na região da Berrini, o jovem é baleado por um policial, fica paraplégico e inaugura uma fase de profunda imersão espiritual. A partir disso, ele retornará a um dos grandes centros empresariais de São Paulo, agora como uma das pessoas que ali trabalham. O livro revela episódios comuns do cotidiano periférico: a pressão do crime organizado, o medo constante, o racismo que define destinos e a ausência de políticas públicas capazes de impedir a repetição de infrações.
Corpo estranho, de Marcos Vinicius de Paula
Doze narrativas atravessam tempos e regiões do Brasil para investigar o que emerge quando indivíduos se deparam com limites morais, afetivos e sociais. A coletânea apresenta personagens marcados por rupturas, crenças distorcidas, dilemas íntimos e experiências que revelam a complexidade do país. A obra constrói um mosaico inquietante do Brasil — um país onde o grotesco e o sublime convivem e onde o que é rejeitado insiste em retornar. A obra convida o leitor a encarar o desconforto como parte fundamental da experiência literária.
Entre montanhas e predições, de Felipe de Caux
Ambientada no interior de Minas Gerais, a trama começa com a protagonista já idosa em um asilo, onde sua história é reconstruída com base nos relatos que divide com seu médico. A partir dessas confidências, o leitor é conduzido ao passado, quando as antigas profecias de sua trajetória começaram a se cumprir: o marido sucumbiu ao alcoolismo; umas das crianças faleceu ainda bebê; uma filha foi destruída pelo ciúme e pelo machismo; um filho foi vítima de homofobia; e outro consumido pela melancolia. Muitas de suas memórias, apesar de pessoais, explicitam as feridas não curadas da ditadura militar.
Cinzas de Cogumelos Azuis, de Sebastian Levati
Ambientado entre 1972 e 1992, o romance acompanha o período de ditadura militar no Brasil e os primeiros anos da abertura democrática do país por meio de Orlando, um jovem do interior que abandona os confortos da família para seguir o chamado da consciência política. Na capital, ele se une a um grupo de militantes que atua na clandestinidade, escrevendo panfletos, planejando ações e fugindo da vigilância constante do regime. No meio da turbulência, surge Clarice, sua namorada, cuja família tradicional representa o outro lado do país dividido.
Maria Caminhoneira Sertania, de Samuel Britto
Maria Sertania Ferreira da Conceição Ventura é uma mulher preta, sertaneja, de pouco estudo, coração gigante e coragem fora do comum. No sertão de Pernambuco, entre 1970 e 1990, ela transforma o próprio sonho em ferramenta de sobrevivência. Desde menina, carrega um desejo antigo: dirigir um caminhão. No entanto, após a morte trágica do marido caminhoneiro e a dolorosa perda do filho caçula durante o parto, ela se vê como mãe solo, obrigada a assumir o volante do velho caminhão-pipa Trovoada, que se torna uma extensão de sua identidade.
O Dr. Andarilho, de Jorge Curi
O livro conta a história de um homem lançado à própria solidão depois de um acidente que elimina lembranças, vínculos e referências, percorrendo caminhos desconhecidos enquanto tenta compreender sinais que emergem do inconsciente — gestos, habilidades e percepções que revelam uma força interior resistente ao esquecimento. Nesse percurso, dor, compaixão e espiritualidade se entrelaçam, oferecendo ao leitor uma reflexão sobre identidade, propósito e as formas silenciosas pelas quais o amor se manifesta mesmo quando tudo parece ter desaparecido
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