ALCÃNTARA - Fechado desde 2019, o Museu de Alcântara entra em sua fase final de requalificação, marcada pela montagem da nova expografia — etapa que conclui um longo processo de pesquisa, restauro e modernização. Localizado na Praça Gomes de Castro, no centro histórico da cidade, o museu passa atualmente pela terceira etapa do projeto, dedicada à montagem da exposição, que apresenta uma nova leitura sobre a formação cultural e histórica de Alcântara.
As obras de ampliação, reforma e restauração ocorreram entre 2019 e 2022, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). O projeto foi dividido em etapas: a primeira consistiu em uma ampla pesquisa intelectual e curatorial, com o envolvimento de diversos profissionais e estudiosos; a segunda contemplou a reforma estrutural do prédio histórico, entregue em maio de 2022; e a terceira, iniciada em janeiro de 2024, corresponde à montagem das exposições e adequação dos espaços internos.
O processo contempla a restauração do prédio histórico e a implantação de uma nova montagem expográfica, que renova o espaço museal, valoriza a história do território e revela novas perspectivas sobre a formação cultural da cidade.
A proposta é apresentar uma leitura mais ampla de Alcântara, onde a presença indígena, o patrimônio arqueológico e a participação comunitária se unem à herança quilombola para contar uma narrativa diversa e viva.
Entre as curiosidades da requalificação, está o piso de uma das áreas do museu, criado pela comunidade do Itamatatiwa — um símbolo da relação entre o espaço museal e as comunidades locais. Além disso, a nova expografia aborda de forma inédita a história indígena do território, destacando povos como os Tapuia e Tupinambá, os primeiros a ocupar a região e a sofrer os impactos da escravidão.
“A proposta é mostrar que Alcântara é muito mais do que o seu centro histórico, é um território de camadas, com histórias que começam antes da colonização”, explica o professor Roni Araújo, coordenador do projeto.
A exposição também dá destaque ao acervo paleontológico e arqueológico, ressaltando que Alcântara é, em si, um grande sítio arqueológico.
“Muitos visitantes se surpreendem ao descobrir que, sob o chão de Alcântara, há vestígios que contam milhares de anos de história natural e humana”, comenta Karina Waleska, diretora do Museu de Alcântara.
Ciência, memória e comunidade
Com o avanço das obras e da nova montagem, o Museu de Alcântara se consolida como um espaço de referência na integração entre ciência, memória e comunidade, reafirmando o compromisso da UFMA com a preservação e a difusão do patrimônio cultural maranhense.
Essa fase está sendo realizada com recursos do Fundo Nacional dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça, repassados ao IBRAM e executados sob gestão da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
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