O que significa educar em um mundo marcado por desigualdades históricas, crises socioambientais e novos sujeitos que reivindicam voz e reconhecimento? Essa é a provocação central de Pedagogias Emergentes: princípios e práticas, organizada pelos educadores Maria Amélia Santoro Franco, Emerson Augusto de Medeiros e Jefferson da Silva Moreira, que reúnem reflexões sobre os desafios contemporâneos da educação.
Na obra publicada pela Cortez Editora, os autores problematizam as bases do sistema de ensino ocidental e apontam para métodos enraizados em experiências concretas de luta, deslocamento e resistência.
Pedagogia intercultural está entre as perspectivas
Entre as perspectivas apresentadas, está a pedagogia intercultural, fundada nos saberes de povos e sujeitos historicamente silenciados, capazes de questionar a racionalidade eurocentrada e normativa que estrutura a educação tradicional.
Os autores também explicam as ecopedagogias decoloniais, que reúnem temas e experiências relacionados com a dignidade humana, considerando economias familiares, comunitárias e solidárias, entre populações empobrecidas e discriminadas.
Ainda, abordam uma forma de ensino afetivo, por meio do processo de ensino-aprendizagem lúdico, com um envolvimento mais profundo no que realmente importa, as pessoas envolvidas.
“Nós, Professores, não podemos mudar o mundo por completo. Contudo, ao reconhecermos esse limite, temos a clareza de que podemos, sim, influenciar nosso universo cotidiano e as pessoas que dele fazem parte, ainda que de forma transitória. A compreensão dessa responsabilidade nos permite agir de maneira mais consciente e eficaz, contribuindo para pequenas, mas significativas transformações no ambiente em que vivemos”. (Pedagogias Emergentes, p. 131)
O livro também abre espaço para diálogos com a pedagogia crítica de Paulo Freire, revisitando sua potência diante dos embates atuais contra métodos coloniais, o racismo estrutural e o avanço de visões neoliberais na educação.
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