Em Bordados, o autor Denilson da Silva enaltece a potência curativa da poesia. A publicação reúne 52 poemas, a maioria deles sonetos escritos a partir de experiências marcantes, como o luto após a perda da mãe. A obra propõe uma jornada lírica por emoções, lembranças e percepções sobre o mundo, costuradas por uma linguagem sensível e direta. Ao transformar a dor em arte, o leitor é convidado a reconhecer-se nos versos e a ressignificar o cotidiano.
A coletânea é apresentada pelo escritor Alcy Cheuiche e organizada em três partes: Bordando sonhos, medos e utopias (13 poemas), Bordando dores e amores (11 poemas) e Bordando flores, lábios e paixões (28 poemas). Nos textos, o autor reflete sobre sentimentos profundos, relações humanas e temas sociais.
Entre os destaques está Dias tristes, que recebeu o Prêmio Lila Ripoll de Poesia, em 2024. Nele, o escritor aborda os impactos das tempestades no Rio Grande do Sul, com referências às águas do Guaíba e a elementos culturais locais, como a Casa de Quintana. O poema retrata também o cenário de tragédia após um incêndio em uma pousada na região. Os múltiplos impactos de desastres são igualmente explorados nos poemas Esperança e Dores às sombras. O lirismo da obra busca acolher o leitor, oferecendo um convite à reflexão.
A força dos poemas também está na estrutura: muitos são sonetos que revelam a habilidade do autor com a métrica e o ritmo clássico. As seções funcionam como movimentos temáticos, que vão da introspecção existencial à celebração das paixões, passando pela dor, pela memória e pela resistência.
O livro nasceu de um momento delicado na vida do poeta. “A escrita de poesias foi estimulada pelo momento de dor que passei em 2023, ao acompanhar o tempo de enfermidade de minha mãe. Escrever foi um elixir: momento de registrar a dor dela e as fragilidades da alma humana”, revela.
Mais do que uma estreia, Bordados é o início de um processo de descoberta. “Escrever tem sido um momento de me descobrir enquanto escritor. Um exercício, às vezes, de dentro para fora; noutras, estimulado pelos sentidos e pela capacidade de traduzir o que capto de situações cotidianas. Em todas elas, com sensibilidade.” É essa sensibilidade que costura cada poema e conduz o leitor a abrir o livro e permitir-se ser tocado por palavras que muitas vezes não se consegue dizer.
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