SÃO LUÍS - Os chapéus de vaqueiro confeccionados por artesãos maranhenses estão roubando a cena nos arraiais. Produzidos com bordados em miçangas, paetês e canutilhos, esses adereços viraram tendência entre turistas e maranhenses.
Entre os destaques está o trabalho dos artesãos Thyago Silva e Andrelina Neta, que, além de casados, dividem o ateliê e a paixão por transformar materiais simples em peças encantadoras. Thyago vem de uma família tradicional do Maranhão, ligada ao Bumba meu boi, e cresceu em meio à cultura popular e ao artesanato.
Ao se casar com Andrelina, Thyago compartilhou com ela os saberes da arte que aprendeu desde criança. Hoje, juntos, sustentam suas duas filhas com a renda gerada ao longo do ano, principalmente no período junino, com a produção de chapéus e cocás que encantam turistas e maranhenses.
“A gente vive disso, cria nossas duas filhas com o dinheiro do artesanato. Quando termina um São João, a gente já começa a produção para o outro. Não tem pausa. O chapéu virou símbolo e todo mundo quer”, contou Thyago Silva, artesão do Ceprama.
Andrelina Neta, que também produz cocás ornamentados, reforça a importância do reconhecimento. “A gente trabalha com amor, e ver as pessoas usando nosso chapéu com orgulho é emocionante. Os espaços nos arraiais são lugares em que conseguimos expor para muita gente. Estamos vendendo bem este ano”, destacou.
O sucesso dos chapéus vai além da estética: gera emprego e renda para grupos inteiros de artesãos. Um exemplo é o grupo coordenado pelas artesãs Daiane Nava e Vanda Bandeira, que reúne cerca de 30 bordadeiras durante o período junino
“Nós somos um coletivo que trabalha com produção em escala para grupos de Bumba-meu-boi. Essa oportunidade de vender nos arraiais garante trabalho para todo mundo. É uma corrente do bem que começa com uma agulha e termina com o sorriso de quem compra”, afirmou a artesã maranhense e empreendedora Daiane Nava, que, mesmo não sendo do Ceprama, conta com o apoio do Governo do Estado.
O chapéu bordado carrega um simbolismo histórico e cultural profundo. É parte da indumentária de personagens tradicionais como os vaqueiros e os caboclos de pena e de fita, sendo confeccionado artesanalmente com tecidos nobres e bordados minuciosos. Além de valor estético, representa fé, pertencimento e identidade. Muitos maranhenses o usam como afirmação de orgulho cultural, enquanto turistas o enxergam como uma verdadeira obra de arte, tanto que muitos penduram os chapéus em casa, como se fossem quadros, pela beleza e significado que carregam.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.