PH: Quem será o novo Papa?

 Quem será o novo Papa?

Há um famoso ditado italiano segundo o qual “quem entra no conclave papa, sai cardeal”. O alemão Joseph Ratzinger foi uma das exceções: entrou papa e saiu Papa da Capela Sistina, em 2005.

Hoje, no Vaticano, os religiosos buscam dar uma conotação mais espiritualizada ao velho ditado. É que a escolha do sucessor ao trono de São Pedro é uma decisão do Espírito Santo.

Pela primeira vez em 227 anos, a tradicional alfaiataria de Roma não fará a roupa do novo papa. Sim, mas, por mais que os cardeais, nos últimos dias, tentem evitar, nas curtas entrevistas do lado de fora da Porta de Santana, o clima de eleição, não há como esquivar-se.

O conclave é divino, mas, sobretudo, humano. E, nessa disputa entre correntes moderadas, conservadoras e progressistas, os cardeais mais conhecidos da Cúria largam em vantagem – especialmente em um colégio cardinalício geograficamente mais diverso e plural, à imagem e semelhança de Francisco, onde muitos sequer se conhecem.

O pontífice perfeito

O cardeal italiano Pietro Parolin, de 70 anos, tem se destacado. Ele ocupava a Secretaria de Estado do Vaticano no pontificado de Francisco – ou seja, era uma espécie de chanceler, o chefe da diplomacia da Santa Sé. Viajou, ao longo dos últimos 12 anos, como nenhum outro cardeal – da Ásia à Oceania, passando pelas Américas e pela África: um globe-trotter purpurado.

O novo papa emergirá em um ambiente geopolítico complexo: diante dos conflitos hegemônicos entre Estados Unidos e China, das guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, do risco de novas pandemias e da crise climática, Parolin, com seu espírito negociador, diplomata nato, herdeiro da Ostpolitik, parece o pontífice perfeito para o atual espírito do tempo.

Como núncio (espécie de embaixador) da Igreja, trabalhou na Venezuela e na Nicarágua – ou seja, conhece bem nações com sérios tensionamentos políticos internos – e foi peça-chave na reaproximação entre EUA e Cuba, em que a Santa Sé atuou como mediadora.

Quem é Pietro Parolin?

Intramuros, também contam a de Pietro Parolin alguns fatores: atenderia aos anseios por um papa italiano, após 47 anos de ausência (desde João Paulo I, o “breve”); marcaria o retorno a uma Igreja europeia (depois de Francisco, o latino). Representa a continuidade do papa argentino, pero no mucho: é mais moderado do que Francisco, o que atrai o voto conservador.

Não se sabe, obviamente, quantos votos terá na primeira sessão, na quarta-feira (7) mesmo. Mas será, certamente, alguém que sairá em vantagem.

Além disso, ao contrário dos demais colegas, que estarão perfilados de forma longitudinal na Capela Sistina, ele estará no comando do conclave, à mesa central, na ausência do decano (Giovanni Battista Re) e do vice-decano (Leonardo Sandri), ambos com mais de 80 anos.

Poucos, desde Ratzinger, entraram papa com tantas chances de saírem... papa.

DE RELANCE

Dia do Trabalho

Há pouco mais de cem anos, Arthur da Silva Bernardes, então presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, reconhecia o dia 1º de maio como feriado nacional, para “confraternidade universal da classe operária” e “commemoração dos martyres do trabalho”.

Desde então, tal como a grafia da língua portuguesa, o sentido desse feriado sofreu nítida variação, perdendo o vigor político dos movimentos grevistas que o inspiraram.

Embora também tenham mudado, com o passar do tempo, as estruturas do mundo do trabalho e as próprias formas de trabalhar, o feriado de 1º de maio convida a pensar sobre certa estabilidade do que seja o trabalho, afinal, para quem o realiza.

Historicamente, a maioria das pessoas encontra no trabalho o meio básico de acesso aos bens materiais e imateriais que dignificam a existência.

Luto na Igreja

A freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, considerada a pessoa mais velha do mundo, faleceu na tarde de ontem, aos 116 anos.

De acordo com a família, a freira faleceu de causas naturais, na residência das Irmãs Teresianas, em Porto Alegre, onde residia havia muitos anos.

Faleceu pela idade, o organismo foi parando aos poucos, sem nenhuma doença. Ela se tornou a pessoa mais velha do mundo depois da morte da francesa Lucile Randon, em janeiro de 2023, aos 118 anos.

Inah Canabarro Lucas era natural de São Francisco de Assis, na região central do RS. A gaúcha teria nascido em 27 de maio de 1908 e sido registrada em 8 de junho, como consta em sua certidão.

Além de ter sido considerada a pessoa viva mais velha do mundo, a freira também foi a 20ª pessoa mais velha registrada na história, conforme o LongeviQuest.

Para gravar na pedra:

“As grandes paixões, aquelas que chegam de repente, sempre trazem consigo as suspeitas”. De Cervantes.

TRIVIAL VARIADO

40 anos: Maria Adriana Murad Sarney Caminha muda de idade nesta quinta-feira, 1º de maio. Ela vai comemorar com um sunset, a partir das 15h40, cercada de amigos, seus bem vividos 40 anos de idade.

72 anos: empresário maranhense dos mais vitoriosos de sua geração, Luiz Carlos Cantanhede Fernandes (Grupo Atlântica) comemora hoje, na intimidade da família, seus bem vividos 72 anos de idade.

IR 2025: Declarações entregues até o próximo dia 9 concorrerão ao primeiro lote de restituição. A consulta será liberada no dia 23 de maio.

Esculturas: vem aí a exposição “Veias da Natureza”, reunindo esculturas em madeira criadas por Edimar Nardaci. A abertura é dia 8 de maio, na Galeria Trapiche, com curadoria de Silvânia Tamer e direção de Uimar Junior.

Dólar: após oito quedas consecutivas, a moeda norte-americana avançou 0,83% nesta quarta-feira, mas permaneceu abaixo de R$ 5,70.

Jornada: um levantamento da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados mostrou que 65% dos brasileiros apoiam a redução da jornada máxima de 44 horas semanais trabalhadas. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse apoio chega a 76%.

Jornada...2: os números refletem as novas demandas dos profissionais sobre tempo, produtividade e bem-estar. A pesquisa reacende o debate sobre o que a população pensa a respeito do futuro do emprego no Brasil. O apoio também é grande entre os desempregados (73%).

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