Música

Música barroca em festival no Maranhão

Festival será de hoje até o dia 11 nas cidades de Rosário, Bacabeira, Alcântara e São Luís.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h14

SÃO LUÍS - Integrando a programação de encerramento das comemorações pelo aniversário de 400 anos de São Luís, a produtora Equinox do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, realiza até terça-feira, a segunda edição do Festival de Música Barroca de Alcântara, incluindo também as cidades de São Luís, Rosário e Bacabeira. Serão 13 apresentações, as quais se iniciaram em Rosário e Bacabeira. Hoje e amanhã será a vez de Alcântara e para o enceramento, segunda e terça-feira, as apresentações acontecerão em São Luís. Além da programação musical, haverá oficinas e premiações para estudantes de música.

A programação foi iniciada ontem à noite, em Rosário, na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, com a apresentação do Conjunto de Música Antiga da Universidade Federal Fluminense. Os artistas apresentaram o concerto Música na Corte de Dom Manuel I. Depois, em Bacabeira, na Igreja Imaculada Conceição da Bem Aventurada Virgem, em Bacabeira, foi a vez do grupo Quadro Cervantes, com o concerto natalino Cantos de Natal.

Hoje, será a vez da cidade histórica de Alcântara, onde acontecerá a abertura oficial do evento, com a presença do ministro do Turismo, Gastão Vieira, do secretário de Estado do Turismo, Jura Filho, e da superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão, Kátia Bogéa.

O concerto de abertura em Alcântara, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, às 18h, será apresentado pelo Conjunto de Música Antiga da Universidade Federal Fluminense, que repetirá as canções que remetem à Corte de Dom Manuel I. Na sequência, os artistas Marília Vargas, Guilherme de Camargo e os argentinos Dolores Costoyas e Juan Manuel Quintana apresentarão o espetáculo musical Si dolce è il tormento, seguidos de Quadro Cervantes, com a apresentação de Cantos de Natal.

A programação terá continuidade amanhã, começando às 18h, com o trio formado por Silvana Scarinci, Paulo Mestre e Juan Manuel Quintana. O concerto que eles apresentarão chama-se Imagine: a canção inglesa de Purcell aos Beatles. Depois, será a vez do duo Guilherme de Camargo e Ricardo Kanji, com Pífaro e Viola, Traverso e Teorba. Nos dias 10 e 11, o II Festival de Música Barroca de Alcântara terá programação em São Luís, sendo primeiramente na Igreja Nossa Senhora dos Remédios e depois na Catedral Metropolitana de São Luís.

Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, os grupos escalados são Capela Brasileira (Pierre Gédron e a música da Corte de Louis XIII), Conjunto de Música Antiga da Universidade Federal Fluminense (Música na Corte de Dom Manuel I) e Marília Vargas, Guilherme de Camargo, Quintana e Costoyas (Si dolce è il tormento). No outro dia, na Igreja da Sé, será a vez de Marabrass (Metais Barrocos), trio Scarinci, Mestre e Quintana (Imagine, a canção inglesa de Purcell aos Beatles) e o duo Camargo e Kanji (Pífaro e Viola, Traverso e Teorba).

“Nós nos preocupamos em trazer para o Maranhão importantes representantes da música barroca no Brasil para que possamos oferecer aos maranhenses concertos com uma qualidade musical inquestionável. Muitos desses artistas já se apresentaram fora do Brasil e estão ansiosos para mostrar a beleza, pureza e lirismo da música barroca”, disse Bernard Vassas, diretor do festival.

Um dos grupos mais esperados pelo público é o Conjunto de Música Antiga da Universidade Federal Fluminense, que reúne seis músicos, que desde 1981 cantam para resgatar e transmitir não apenas a música, mas a visão de mundo da Idade Média e do Renascimento. Prova disso é que eles já gravaram um LP e seis CDs temáticos, somando mais de 15 mil cópias vendidas. O conjunto é formado por Mário Orlando (viola da gamba e canto), Sonia Leal Wegenast (canto e percussão), Virginia van der Linden (flauta transversa e canto), Marcio Paes Selles (canto, viola da gamba e flautas), Lenora Pinto Mendes (flauta doce e viola da gamba), e Leandro Mendes (canto e flautas doces).

Outra novidade da edição deste ano é o Quadro Cervantes, grupo fundado em 1974 e que é considerado pela crítica como o mais importante conjunto de música antiga do Brasil. Além da sua inegável qualidade artística, o grupo prima pelo humor e a comunicação que estabelece com suas plateias. O repertório vai desde o período medieval até o cancioneiro brasileiro do século XIX. O Quadro Cervantes é formado por Helder Parente (voz, flautas e percussões), Márcia Taborda (soprano e percussões), Mario Orlando (vielle, viola da gamba e contratenor) e Nícolas de Souza Barros (vihuela e guitarra renascentista).

Marília - A soprano Marília Vargas, acompanhada do brasileiro Guilherme de Camargo e dos argentinos Dolores Costoyas e Juan Manuel Quintana, apresentará Si dolce è il tormento, programa de música italiana do século XVII, que figura como um dos períodos mais marcantes da história da música. Marília Vargas é formada em canto barroco na Schola Cantorum Basiliensis (Suíça) e tem intensa atividade como solista no Brasil e na Europa.

O concerto Si dolce è il tormento deverá ser um dos mais contagiantes do festival, tendo em vista o encontro de Vargas com os dois músicos argentinos radicados na Europa e também com um dos mais importantes instrumentistas de cordas dedilhadas antigas do Brasil, que é Guilherme de Camargo (teorba).

O trio formado por Paulo Mestre (contratenor), Silvana Scarinci (teorba) e Juan Manuel Quintana (viola de gamba), por sua vez, apresentará o concerto Imagine: a canção inglesa de Purcell aos Beatles. Já o duo Camargo e Kanji, constituído pelo flautista, cravista e regente Ricardo Kanji e Guilherme Camargo, instrumentista renomado, especializado em cordas dedilhadas antigas do Brasil, apresentará o programa Pífaro e Viola, Traverso e Teorba: Perspectivas Barrocas Francesas, Portuguesas e Brasileiras.

O Marabrass, grupo maranhense de percussão e metais fundado em 2003, também está na programação. Seus músicos apresentarão repertório variado, com obras compreendendo desde a música Renascentista até a Contemporânea, incluindo compositores brasileiros, sendo alguns maranhenses. O grupo é formado por Daniel Cavalcante e Hugo Carafunim (trompetes), Jairo Moraes (trompa), Daniel Miranda (trombone), George Campos (tumba) e Marcel Silva (percussão).

O Coro Capela Brasileira, regido por Ciro de Castro, interpretará obras de Pierre Gédron, compositor da corte de Louis XIII (da época da fundação de São Luís). O diretor musical, Ciro de Castro, foi professor superior de canto pelo Real Conservatório Superior de Música de Madrid, doutorando em Musicologia pela Universidad Autónoma de Madrid e é, atualmente, professor de canto na Escola de Música do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo.

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