Há muito desta frase nos personagens de Dante, Oliveira e Elen, vividos respectivamente por Felipe Camargo, Pedro Paulo Rangel e Andrea Beltrão. Amigos de longa data, eles têm a vida completamente impactada depois de uma apresentação de “Hamlet”, quando Dante, que fazia o papel principal, surta e sai no meio da cena do enterro de Ofélia – personagem de Elen. Na época, eles eram grandes amigos, Dante e Elen viviam uma história de amor, e Oliveira estava no auge de sua carreira como diretor. Depois da polêmica apresentação de “Hamlet”, Dante some da vida deles durante sete anos. Oliveira assume a direção artística da conceituada Companhia de Teatro do Estado (CTE), na qual Elen é a estrela. E Dante fica à frente de uma pequena e falida companhia teatral, Sans Argent. Esse é o ponto de partida de ‘Som & Fúria’, minissérie de 12 capítulos, captada e exibida em HDTV, baseada na série canadense “Slings and Arrows”, que estreia na Rede Globo dia 7 de julho, após ‘Casseta & Planeta, Urgente!’
‘Som & Fúria’ é mais um investimento da TV Globo em coproduções. A iniciativa nasceu com o objetivo de ampliar o repertório de programação e abrir espaço para talentos artísticos do mercado. Desde então, a emissora aposta na aproximação com produtoras independentes. A série tem a supervisão artística da TV Globo, que coproduz e acompanha todo o desenvolvimento do projeto. ‘Homem Objeto’, ‘Cidade dos Homens’, ‘Cena Aberta’, ‘Carandiru – Outras Histórias’, ‘Central da Periferia’, ‘Antônia’ e ‘Ó Pai Ó’ são alguns dos exemplos de coproduções da TV Globo na área de dramaturgia.
“Luxúria, loucura, tudo isso tem no Som & Fúria”
Na noite de abertura de “Sonho de Uma Noite de Verão”, Oliveira dirige pela sétima vez o espetáculo e Elen interpreta pela quarta vez Titânia. O Teatro Municipal está lotado para a estreia, mas a apresentação arranca aplausos mornos e risos constrangidos. Na coxia, Oliveira assiste à televisão ao lado do zelador Naum, personagem de Gero Camilo, e durante um noticiário vê Dante sendo despejado, por falta de pagamento, do seu teatro. Ele relembra o amigo e, depois da apresentação, telefona para Dante. Eles trocam farpas e acusações sobre o destino que cada um tomou depois da fatídica apresentação de “Hamlet”. Desiludido, Oliveira caminha sem destino pelas ruas do centro de São Paulo quando é atropelado por um caminhão de presunto e morre, logo no primeiro capítulo. A partir deste momento, a vida de Dante sofre uma reviravolta em pleno velório do amigo.
Entretanto, Dante – cujo temperamento lembra o do próprio Hamlet, dramático, angustiado e um tanto louco – é convidado a assumir a direção artística do CTE. “Não se sabe ao certo se ele está atuando ou enlouquecido mesmo, porém ao contrário do príncipe da Dinamarca, Dante não quer vingança, ele quer juntar os pedaços do seu passado e seguir adiante”, diz Felipe Camargo. Em toda a companhia, Elen é a pessoa que mais fica atormentada com a chegada de Dante. Ela é a grande diva do teatro, que passa por um momento de transição, está num momento da carreira em que se despede dos papeis de princesas para encarar as rainhas, e assiste à chegada de novos talentos, o que a frustra e a deixa insegura.
Na outra ponta da história está Ricardo da Silva, personagem de Dan Stulbach. Diretor financeiro da companhia, ele vive preocupado com as contas e com o mau desempenho da temporada de Shakespeare. Ricardo não poupa esforços para alavancar a bilheteria. Rapidamente, ele se junta a Graça, personagem de Regina Casé, uma funcionária da Secretaria de Cultura que não tem o menor escrúpulo para conseguir o que quer – e que, neste caso específico, pretende transformar a companhia em uma grande empresa de musicais.
Em uma das tentativas de Ricardo para atrair um grande público ao teatro é a contratação de Jaques Maia, vivido por Daniel de Oliveira. O jovem é um galã de novelas que não tem carreira nos palcos de teatro. Dante enfrenta a fúria dos atores mais antigos da companhia, que torcem o nariz para o novo integrante, e também tem que lidar com o método pouco ortodoxo de Jaques nos ensaios. A mais atingida na montagem de “Hamlet” é Elen, que vive Gertrudes. Ela não se esforça para ajudar o colega de trabalho e desdenha da nova montagem. Por outro lado, Kátia, personagem de Maria Flor, vê sua chance quando a protagonista sai da companhia entregando-lhe o papel de Ofélia. Em meio aos ensaios, ela se envolve com Jaques.
O dilema vivido na trama é atrair grandes plateias e patrocinadores e, ao mesmo tempo, manter o frescor e o ineditismo da área artística da companhia. E é neste descompasso que entra o humor. Se nos palcos os atores vivem os grandes personagens dramáticos de Shakespeare, nos bastidores a vida é uma comédia. Dante convive com as ideias loucas e, muitas vezes, equivocadas do administrador Ricardo para trazer mais público para o teatro, como a contratação do publicitário Sanjay, vivido por Rodrigo Santoro. E por outro lado, Ricardo aceita, muitas vezes por medo, os métodos estranhos de Dante em realizar os ensaios e conduzir os elencos.
Produção de arte
“Hamlet”, “Sonho de uma Noite de Verão”, “Macbeth” e “Romeu e Julieta” são as 4 peças encenadas durante a minissérie. Mais de 500 figurinos para todo o elenco e muita maquiagem para Titânia, Ofélia, Gertrudes, Lady MacBeth e tantos outros personagens. O diretor de arte, Cássio Amarante, entrou nesta jornada a convite de Fernando Meirelles. “O grande desafio foi recriar as quatro peças de Shakespeare com linguagem de teatro para uma série de TV. Muitas cenas foram rodadas no próprio Teatro Municipal, mas contamos também com a réplica do teatro construída nos estúdios da O2, em Cotia”, diz Amarante.
A maquiadora, Anna Van Steen, e a figurinista, Verônica Julian, também tiveram cuidado na reprodução das peças para a minissérie. “A grande delícia de trabalhar em ‘Som & Fúria’ foi fazer os figurinos das peças de Shakespeare e, o maior desafio, foi a quantidade de material produzido para esta minissérie”, diz Verônica. Cada ator representava vários personagens, com muita troca de roupa. “A Andrea Beltrão, por exemplo, vive Elen, que faz Titânia (“Sonho de Uma Noite de Verão”), Ofélia (“Hamlet”), Gertrudes (“Hamlet”) e Lady Macbeth (“Macbeth”)”, explica a figurinista. “Fizemos uma grande pesquisa para aprender a técnica da maquiagem para HDTV, fizemos uma maquiagem mais suave tomando cuidado com cada esponjada de pó para não dar o efeito errado”, diz Anna.
Seleção de elenco
O processo de seleção de elenco começou quatro meses antes do início das gravações, que aconteceram em julho de 2008. A produtora de elenco, Cecília Homem de Mello, assistiu à série original para criar referências. Para compor o elenco, Cecília traçou dois caminhos distintos: a aproximação com características do original ou a oposição total. “No original, Naum é negro, alto, com porte atlético; em ‘Som & Fúria’, o personagem é vivido por Gero Camilo, um ator brilhante que dá outro tom, sem aquela presença de guarda-costas”, diz Cecília. Em alguns papéis, Fernando Meirelles já tinha os nomes definidos, como no caso do Dante e da Graça, vividos respectivamente por Felipe Camargo e Regina Casé. A participação de Rodrigo Santoro também era um desejo antigo. Em apenas três dias – brecha em sua agenda entre o lançamento dos filmes “La Leonera” e “Che” – Santoro gravou a participação como Sanjay. “A minissérie tem um elenco incrível, é muito bem escrita e tem o Fernando como maestro”, diz Santoro.
E assim nasceu Dante...
“Em Abril de 2008, ao completar um ano sem trabalho, numa mistura de desilusão, sonho, ansiedade, orgulho e fuga de uma possível depressão, decidi tentar uma chance nos Estados Unidos. ‘Se não me dão espaço aqui, vou ser ator em outro lugar’. Com tudo acertado, passagens, curso, video-book e alguns contatos, numa das muitas noites de planejamento, passava pela sala de casa quando o telefone tocou. Não costumo atender, normalmente deixo pra ouvir o recado, evitando pesquisas de consumo e promoções indesejáveis. Não sei por que olhei para o telefone e sem pensar atendi.
‘Felipe, aqui é o Fernando Meirelles...’.
‘Quem, o diretor!!!...?’ Respondi, perguntando incrédulo, já me sentindo idiota por ter caído num trote...
A conversa que se seguiu foi o convite para fazer o Dante do ‘Som & Fúria’. Com a mesma simplicidade e ausência de estrelismo com que pessoalmente me telefonou e fez o convite, Fernando tocou a equipe e o elenco durante todo o processo de trabalho. Além de um extremo apuro técnico e rara sensibilidade, tem ouvido absoluto, ouve a todos sem exceção e colhe o melhor de cada um. A começar por ele, o clima das gravações foi leve, despretensioso no bom sentido e bem-humorado. O resultado é um programa vibrante, divertido, inteligente, de altíssima qualidade.
Trabalhar nesta série foi, para mim, como se tivesse ido estudar na melhor escola de atuação dos Estados Unidos, feito o teste para o melhor filme a ser produzido e, ainda por cima, ter sido escolhido para o papel principal, cercado por grandes profissionais que fariam bonito em qualquer lugar do mundo. Estou muito feliz e realizado”.
Felipe Camargo
A série original
" To be, or not to be: that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them?"
Ser ou não ser; eis a questão:
Será mais nobre sofrer na alma
As pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra um mar de riscos,
E combatendo vencê-los?
Criada por Susan Coyne, Mark McKinney e Bob Martin, a série "Slings and Arrows" foi lançada pelos canais Canada's Movie Central e The Movie Network, em 2003, conquistando milhares de fãs no país e abrindo caminho para novos públicos. Acompanhando o sucesso que teve no Canadá, a série foi exibida pelo Sundance Channel, nos Estados Unidos, em 2005 e a partir daí ganhou o mundo. Dividida em três temporadas com seis episódios cada, a produção conta com um elenco composto por: Martha Burns, Paul Gross, Don McKellar, Mark McKinney, Oliver Dennis, Stephen Ouimette, Susan Coyne, Graham Harley, Michael Polley, Catherine Fitch, Leon Pownall, Rothaford Gray, Sean Cullen, Matt Fitzgerald, entre outros.
Susan Coyne – uma das criadoras e atriz da série – é uma das mais reconhecidas atrizes do Canadá nas últimas décadas. Cofundadora do Soulpepper Theatre Company, parte integrante de diversas temporadas do Festival Stratford e reconhecida mundialmente pelas peças "Kingfisher Days" e "Alice's Affair", Susan interpreta com maestria a personagem Anna Conroy, em "Slings and Arrows". Um de seus últimos trabalhos no cinema foi em "O Ensaio Sobre a Cegueira", adaptação de Fernando Meirelles para a obra de José Saramago. Além de sua história nos palcos, televisão e cinema, Susan também ganhou destaque com suas traduções de Anton Chekhov.
Por trás das câmeras
O público vai conhecer o universo de ‘Som & Fúria’ nos 12 episódios que serão exibidos, mas o projeto envolveu meses de filmagens, 120 atores, cinco diretores, cada um com seu modo de trabalho, e cujo resultado equivale a 6 longas-metragens. Fabrizia Pinto, Gisele Barroco, Rodrigo Meirelles e Toniko Melo foram convidados por Fernando Meirelles para se juntar nesta jornada. Cada um trouxe a experiência pessoal dos inúmeros trabalhos em publicidade e cinema para a TV. Números impressionantes mostram o cuidado em cada detalhe da produção. Os bastidores da produção são recheados de histórias curiosas. Em um dos capítulos, por exemplo, os diretores saem por detrás das câmeras e se juntam aos atores para se tornarem figurantes de cena. “Esse é o trabalho que quis fazer com a minha turma”, diz Meirelles.
Toniko Melo
Experiente diretor de publicidade, Toniko conhece Fernando Meirelles desde o projeto ‘Olhar Eletrônico’, primeira produtora independente de Meirelles com Toniko. Em 1992, ingressou na produtora O2, onde trabalha até hoje. Já dirigiu inúmeros comerciais e, neste ano, roda o seu primeiro longa-metragem chamado “VIPs”, que tem roteiro de Bráulio Mantovani. Em ‘Som & Fúria’, dirigiu três episódios: ‘Ossos do Ofício’, ‘Shaakespearlandia’ e o último com Meirelles.
Gisele Barroco
Cineasta e atriz, trabalhou como arte-educadora com teatro, dança, fotografia, poesia e artes plásticas. Em cinema, passou pela pós-produção, montagem, e entrou na O2 como assistente de Fernando Meirelles, em 1990. É diretora de cena desde 1995. Fez mais de 300 filmes publicitários, alguns premiados, e participou da primeira e segunda temporadas da série ‘Antonia’ para a Rede Globo, onde dirigiu os episódios ‘Fidivó’ e ‘Plano B’. Em ‘Som & Fúria’, Gisele dirigiu ‘A Loucura dos Grandes’, ‘Fim de Temporada’, ‘Tempo de Espera’ e ‘Banhado em Sangue’.
Fabrízia Pinto
Também diretora de filmes publicitários, Fabrízia tem sua formação acadêmica em teatro, dança e mímica. Já trabalhou como atriz e bailarina em espetáculos dentro e fora do Brasil. Apesar de não integrar mais o time de diretores da O2, Fabrizia foi convidada para dirigir um dos episódios: ‘Destino Feroz’.
Rodrigo Meirelles
Começou na O2 Filmes em 1998, depois de estudar na Escola Politécnica da USP por quatro anos. Passou por diversas áreas da produtora até trabalhar como assistente de Fernando Meirelles. Mudou-se para Los Angeles para uma temporada de dois anos estudando cinema na UCLA. Desde 2005 integra o quadro de diretores da O2, no qual já dirigiu diversos projetos, como a websérie para Locaweb, o ShowIG e o Cinema Interativo da Fiat. Em ‘Som & Fúria’, Rodrigo assina dois episódios: ‘Monstros Raros’ e ‘A Vida Não é Justa’.
O maestro
Como foi o seu contato com o original “Slings and Arrows”?
Fernando Meirelles - O produtor canadense do “Ensaio Sobre a Cegueira” me mandou a série “Slings and Arrows”, para eu conhecer seu trabalho. De cara me encantei com o que vi. Televisão que consegue falar de Shakespeare de forma inteligente e acessível ao mesmo tempo não é fácil de encontrar. A série consegue falar com o espectador que gosta de novela e quer apenas rir para esquecer o dia pesado, como com o crítico de teatro saído da academia. Comprei o projeto logo depois que terminei as filmagens do “Ensaio sobre a Cegueira’”, mostrei para o Guel Arraes, da Globo, que gostou e daí a coisa andou.
Como foi a escolha do elenco para ‘Som & Fúria’?
FM - São mais de 120 atores. A responsável pelo elenco da minissérie foi a Cecília Homem de Mello, que é um dos destaques em ‘Som & Fúria’ como a personagem Ana. Alguns atores são mais conhecidos do público, como Andrea Beltrão, Pedro Paulo Rangel, Daniel de Oliveira, Maria Flor, Dan Stulbach, Regina Casé, Débora Falabella, Rodrigo Santoro, Paulo Betti. Há também muita gente nova ou vinda do teatro: Gero Camilo, Maria Helena Chira, Juliano Cazarré, Antônio Fragoso, a própria Cecília, entre muitos outros. O destaque é a volta de Felipe Camargo, que andava meio longe da tevê e faz o protagonista. É um ator com o estofo necessário para um protagonista e, por não termos visto seu trabalho por tanto tempo, traz ainda um frescor que é uma delícia. A Andrea Beltrão me tirava da cadeira todo dia no set de ‘Som & Furia’. A mulher é um furacão. E foi a primeira vez que eu e o Rodrigo Santoro trabalhamos juntos. Ensaiávamos há algum tempo e deu certo agora.
Como é fazer um projeto voltado para a tevê aberta?
FM - Há sete anos a O2 tem uma parceria com a Rede Globo. Estive envolvido em ‘Cidade dos Homens’ e ‘Antônia’, ou seja, tenho feito bastante tevê nos últimos anos. Neste aqui faço a direção geral, mas temos outros quatro diretores que também dirigem: Toniko Melo, Gisele Barroco, Fabrizia Pinto e Rodrigo Meirelles. A Globo sempre nos deu total liberdade de trabalho e os nossos parceiros criativos ali são o Guel Arraes e o Jorge Furtado, pessoas das quais particularmente sou fã e me sinto privilegiado em trocar ideias com eles. Adoro a rapidez da televisão, a resposta imediata de público, a leveza. Comecei minha carreira fazendo tevê e entendo que na televisão a audiência tem o controle remoto nas mãos, é como disputar um jogo minuto a minuto. Tenho isso sempre em mente e faço tevê como um jogador de tênis que não pode se dar ao luxo de errar um saque.
Quem é quem
Dante (Felipe Camargo) - Durante a montagem de um “Hamlet” unanimemente sensacional, Dante pirou e saiu correndo do palco. Após algum tempo de internação psiquiátrica, virou diretor de uma pequena e falida companhia de teatro alternativo. Representa o artista por excelência, apaixonado, talentoso e “meio pirado”. Quando Oliver morre, vai substituí-lo na direção da companhia de atores.
Oliveira Welles (Pedro Paulo Rangel) - Diretor da companhia de atores do Teatro Municipal há mais de dez anos. Inteligente, sarcástico, tem muito prestígio artístico, mas sua criatividade vem se esgotando. Ele sabe disso e tem nostalgia dos tempos áureos em que trabalhava com Dante, cujo auge ocorreu na montagem de “Hamlet”.
Elen (Andréa Beltrão) - A grande dama da companhia começa a ter medo de envelhecer. Outrora Ofélia de “Hamlet”, agora fará a rainha na mesma peça. Ela e Dante viveram um romance apaixonado no passado, mas Dante a abandona pois acredita que Elen e Oliveira viveram um caso secreto. Ellen hoje namora garotões cada vez mais jovens.
Ricardo da Silva (Dan Stulbach) – O diretor financeiro da companhia. Ambicioso, Ricardo tenta tornar a arte lucrativa e mais atraente para o grande público e, com isso, entra em constante conflito com Dante e com o resto dos artistas.
Ana (Cecília Homem de Melo) - A vice-secretária-geral da companhia. Eficiente, porém muito tímida, Ana é, no entanto, sensível e inteligente, e vive às voltas com os conflitos entre artistas e produtores.
Graça (Regina Casé) - Funcionária recém-nomeada pela Secretaria de Cultura, usa toda a sua autoridade e poder para tentar impor Ricardo na diretoria do teatro, que os dois planejam transformar numa moderna empresa de musicais.
Kátia (Maria Flor) - Atriz jovem, talentosa e idealista, tem sua primeira grande chance quando a atriz escalada para o papel de Ofélia na nova montagem sofre um acidente. Vai ter um romance com Jaques.
Jaques Maya (Daniel Oliveira) - Jovem ator vindo da televisão para fazer “Hamlet” dentro da política de popularização do teatro, sofre o preconceito dos atores mais velhos da companhia. Vai se apaixonar por Kátia e se mostrar ótimo ator em cena.
Sanjay (Rodrigo Santoro) - Apresenta-se como um badalado publicitário. Tem um método polêmico e provocador de trabalho, o que ocasiona impacto na mídia. Ao final, uma constatação: não passa de um picareta.
Oberon (Paulo Betti) - Antigo ator da companhia, já acomodado em seus papéis, representa Rei Cláudio na montagem inicial de “Hamlet”. Inicialmente desafia a direção artística de Dante e, mais tarde, dá apoio inesperado e valioso ao mesmo diretor.
Sarah (Débora Falabella) - Jovem e talentosa atriz, apaixonada pelo papel de Julieta, é convidada a integrar a companhia especialmente para desempenhar esse papel. Tem um confronto inicial com o diretor Oswald Thomas porque discorda frontalmente da concepção antisséptica que ele pretende dar à peça.
Clara (Maria Helena Chira) - Jovem atriz desprovida de talento, só faz parte da companhia por ingerência e imposição política do titular da pasta da Secretaria de Cultura. Faz contraponto à graça e sensibilidade natural de sua stand-in Kátia.
Kleber (Juliano Cazarré) - Motoqueiro, trabalha em serviço de entregas e nas horas vagas participa de competições. Tem um relacionamento amoroso com a diva da companhia.
Naum (Gero Camilo) - Funcionário humilde do Teatro Municipal, é o repositório das tradições teatrais, amigo e conselheiro de atores e diretores da companhia, conhece todos os textos clássicos, vive e respira teatro durante toda sua vida.
Patrick (Leonardo Miggiorin) - Jovem ator da companhia, escalado para viver o personagem Romeu, acaba surpreendendo a si próprio ao se deixar envolver intensamente pela atriz Sarah, que vive a personagem de Julieta. A força da peça os faz reinventar a relação apaixonada dos amantes de Verona.
Oswald Thomas (Antonio Fragoso) - Diretor avant-garde, multimídia e polêmico, preso à forma pela forma, vê a direção teatral como show de efeitos especiais. Acaba se rendendo à vitalidade dos personagens e reencontra a essência proposta pelo teatro de William Shakespeare.
Milu Silverstone (Haydée Bittencourt) - Curadora da companhia do Teatro Municipal, é uma senhora que luta bravamente contra a visão mercantilista que a direção executiva quer imprimir à companhia teatral. Tenta preservar o espírito dos clássicos e acaba sucumbindo fisicamente nessa luta de poderes.
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