Na Mira

Educação: parentes na mesma sala de aula?

Ana Paula Pontes, Revista Crescer

Atualizada em 27/03/2022 às 13h31

A partir deste mês, se vai trocar seu filho de escola no ano que vem, é provável que você já comece a pensar no assunto. E pode ser que a escolha seja justamente na mesma escola que algum parente estuda – primo, irmão. Se eles tiverem a mesma idade, pode ser que fiquem na mesma sala de aula. Há problema nisso?

A princípio, não há uma regra. Algumas escolas preferem que cada um fique em uma sala diferente. “Como há envolvimento familiar, as crianças podem levar situações que acontecem fora da escola para dentro, e vice-versa”, diz Silvana Leporace, coordenadora do serviço de orientação educacional do Colégio Dante Alighieri.

Outras agem de acordo com a postura da família. “Se percebermos que haverá comparação em casa referente ao desenvolvimento de cada criança, a gente sugere que estudem em salas separadas. Mas vai depender de cada família”, diz Marta Durante, coordenadora pedagógica do Colégio Santo Inácio.

O que vale é o bom senso. Segundo Edimara Lima, psicopedagoga da Prima Escola Montessori, em São Paulo, a tendência é que, no começo, as duas (ou mais) crianças que são parentes fiquem mais juntas, mas depois as amizades se ampliam. Além disso, ao entrar na escola com um primo ou irmão, a criança pode se sentir mais segura.

Quanto à competitividade, se ela surgir e for bem conduzida pelos professores, não será um problema. Tudo vai depender da maneira como pais e escola conduzem a situação. “Se a escola percebe que os parentes estão se fechando em grupos, vale propor novas amizades. Quanto ao desempenho escolar, a família deve evitar qualquer comparação”, diz Marcelo Cunha Bueno, diretor e coordenador pedagógico da escola Estilo de Aprender, em São Paulo.

Afinal, enquanto um irmão pode ser habilidoso em matemática, o outro pode ser em português. É essa individualidade que deve ser respeitada para que a situação de ter duas ou mais crianças da mesma família juntas na sala de aula seja tranqüila.

Veja a seguir dicas para que a convivência entre parentes seja boa dentro e fora da escola:

- Ao escolher a escola, veja o que a instituição tem a lhe dizer. O ideal é que sejam expostos os pontos positivos e negativos e as intervenções quando for preciso;

- Se a criança chega em casa contando algo do irmão, por exemplo, os pais devem deixar claro que aquele assunto deve ser resolvido na escola. Se a opção for escutar a reclamação da criança, é preciso ouvir os dois lados e jamais fazer perguntas em cima do relato de apenas um deles;

- Nunca faça comparações ou tenha as mesmas expectativas com o seu filho ou um primo dele. Cada um tem um perfil diferente de produção;

- Converse com a escola. Pergunte como seu filho está se comportando e se desenvolvendo nas atividades. E não deixe de acompanhar o seu desempenho. O apoio dos pais é fundamental no aprendizado da criança.

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