Alguns milhões de livros vendidos depois, chega ao Brasil nesta sexta-feira (18) a adaptação cinematográfica de “O caçador de pipas”, best-seller do autor afegão Khaled Hosseini.
Lançado em 2003, ou seja, apenas dois anos depois dos atentados de 11 de setembro e da invasão dos Estados Unidos no Afeganistão, o livro surgiu do nada e não precisou de muito tempo para entrar na lista dos mais vendidos.
A jornada de “O caçador de pipas” começa nos anos 70, em um Afeganistão bem diferente do de hoje.
Amir (quando jovem interpretado por Zekiria Ebrahimi e, quando adulto, vivido por Khalid Abdalla) é um menino tímido, que gosta de escrever histórias e foge de encrencas. Seu melhor –e único- amigo é Hassan (Ahmad Khan Mahmoodzada), filho do empregado de seu pai, que o protege e dedica a ele idolatria total.
O passatempo preferido da dupla é empinar pipas, e Hassan tem um dom especial para encontrá-las, quando cortadas, antes das outras crianças. Enquanto uma dúzia de garotos correm pelas ruas de Cabul seguindo as pipas coloridas, Hassan já sabe exatamente onde cada uma delas cairá. E lá aguarda, confiante.
Mas é justamente em um torneio de pipas que a amizade dos dois toma um rumo diferente. Hassan vai sozinho atrás de uma pipa e acaba sendo encurralado por meninos que, por preconceito com sua etnia, o violentam. Amir assiste a tudo, escondido e com medo de intervir. Só que, mais tarde, passa a ser torturado pela culpa e o arrependimento, e não tolera mais a presença do amigo.
Os dois se afastam, magoados, mas têm de enfrentar problemas mais graves quando a União Soviética invade o Afeganistão e, depois, quando o Talebã domina o país. Amir e seu pai são obrigados a fugir do país e a reconstruir a vida como refugiados nos Estados Unidos.
Lá, Amir vira adulto, faz faculdade e se apaixona. Mas a vida, que parecia ter ficado na calmaria, muda novamente de rumos, e ele terá de voltar a Cabul para encarar seu passado.
As filmagens de “O caçador de pipas” foram realizadas na China ocidental, lugar com cenários naturalmente semelhantes aos do Afeganistão. Os diálogos da primeira fase, quando os personagens ainda são crianças, são todos em dari, uma das duas principais línguas do país.
Tudo isso atrai veracidade e sensibilidade ao longa, que, no entanto, não consegue atingir o mesmo nível dramático do livro. Apesar disso, o diretor Marc Forster merece reconhecimento pelo lindo trabalho que fez na seqüência em que os meninos participam do torneio de pipas, levando o espectador a passear por um céu colorido de papel de seda e, ao mesmo tempo, por um amontoado de lajes e casebres, numa visão panorâmica de Cabul.
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