SÃO LUÍS - O Itaú Cultural promove, de 17 a 20 deste mês, o festival "Outros Bárbaros". Em quatro dias de programação, oito poetas convidados vão apresentar shows de poesia, nos quais cantores, músicos, DJs, videomakers e VJs prometem agregar novos elementos à palavra, mostrando que seu potencial sonoro, visual e rítmico pode ir além do conteúdo.
O evento integra a programação ligada à exposição de arte e tecnologia "Cinético_Digital", em cartaz no Itaú Cultural até 11 de setembro.
Os poetas Ademir Assunção, Artur Gomes, Celso Borges, Chacal, Frederico Barbosa, Marcelo Montenegro, Ricardo Aleixo e Rodrigo Garcia Lopes querem mostrar que a poesia não está apenas confinada nos livros ou presa à fala.
O poeta maranhense Celso Borges abrirá hoje a programação ddo festival Outros Bárbaros, no Itaú Cultural, em São Paulo.
"Quando se integra música à poesia, por exemplo, não se tem a proposta de 'facilitar' o texto para o público. A idéia é fazer as pessoas se encantarem com ele", afirma o poeta maranhense Celso Borges, que abre a programação de "Outros Bárbaros" no dia 17 com o show Poesia Dub.
Caldeirão de misturas
No outro show da noite, o poeta Frederico Barbosa assumirá o palco com seu grupo Viva Voz, que desde o ano passado se apresenta no Itaú Cultural com a série de shows Poesia Viva.
No dia 18, o poeta e ator carioca Artur Gomes apresenta "Funilaíma Outras Vozes Outras Falas", o qual intitula de "caldeirão de misturas e influências poético-sonoras".
"Polivox", show do escritor, jornalista e tradutor Rodrigo Garcia Lopes que encerra a noite, levará ao palco músicas inéditas e poemas resultantes da proposta de integração "poesia-música".
O poema anônimo de mais mil anos, traduzido por Garcia Lopes como O Navegante, será interpretado pelo poeta ao som da trilha composta especialmente para a interpretação.
O paulista Marcelo Montenegro, que há alguns anos vem experimentando novas sonoridades em sua produção literária, mostra em "Tranqueiras Líricas", show que apresenta no dia 19, repertório baseado no livro Orfanato Portátil, lançado em 2003. "Esses são poemas que já têm uma estrutura musical pronta", diz o poeta.
Ele busca fugir da estrutura de recital para apresentar seus poemas. "A união com a música deixa a poesia muito viva, porque a poesia já tem um ritmo musical".
Essa característica também tem atraído o poeta carioca Chacal, que ainda nos anos 80 começou a experimentar novas formas de mostrar a sua produção. "Comecei falando os poemas. Depois, passei a agregar instrumentos e da fala fui para a entoação e para o canto."
Rock e baladas
Em "Irmãos Abdalla", show do dia 19 no Itaú Cultural, não fugirá dessa vertente, levando ao palco poemas, rocks, baladas e poesia propriamente dita.
Já o mineiro Ricardo Aleixo leva essa proposta um pouco mais além. O show "Um Ano entre os Humanos", no dia 20, reunirá locução, canto, videopoemas, live-image, pick ups, dança, teclado, percussão e objetos sonoros à poesia.
"No palco, esses elementos estão no mesmo nível de importância. Nenhum predomina sobre o outro", afirma Aleixo, que busca o máximo de movimentação em seus shows de poesia, desagregando a idéia de rigidez no palco.
A idéia é compartilhada pelo poeta paulista Ademir Assunção, que encerrará a programação de "Outros Bárbaros" com o show "Rebelião na Zona Fantasma", que dá nome ao CD que acaba de lançar.
A proposta é literalmente tirar a poesia do livro, associando-a a música e projeção de imagens. "Sempre quis uma linguagem falada forte, ligada ao ritmo e à musicalidade. E além de explorar ao máximo essa oralidade da poesia, quero que músicos escutem boa música também."
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