Moacir Santos ouve seus choros e grava DVD no Brasil

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 14h46

SÃO PAULO - "Ouro Negro" foi lançado em 2001, mas Moacir Santos diz que ainda chora quando ouve o CD duplo com regravações de suas músicas. As lágrimas terão um desdobramento neste ano com "Choros & Alegria", novo capítulo do processo de revitalização de sua obra empreendido pelos músicos Mario Adnet e Zé Nogueira.

"(O título) é um paradoxo. Mas o choro não é uma música triste. E não choramos só de tristeza", diz Santos, 78, para justificar o título.

Radicado nos EUA desde 1967 --mora em Pasadena, Califórnia--, Santos está passando o mês no Brasil por vários motivos. Um deles é "Choros & Alegria", que já foi gravado com patrocínio da Petrobras, mas só será lançado em setembro. O disco reúne 14 temas, sendo 12 inéditos. São oito choros e seis "alegrias" --como acabaram batizados os não-choros. Santos foi puxando as composições da memória, que continua firme apesar do derrame sofrido pelo músico há dez anos. Ele não toca mais, mas a musicalidade se mantém intacta.

Entre os temas lembrados está "Da Bahia ao Ceará", feito aos 16 anos. "Eu estava indo de caminhão de Salvador a Juazeiro, e fui criando a música", conta ele, nascido em Serra Talhada e criado em Flores, sertão pernambucano.

Só uma das composições tem letra: "Felipe", feita para o filho do músico Rique Pantoja, mas que virou uma homenagem a todos os Felipes do mundo.

"Moacir é um homem da palavra. Ele pesquisa o sentido das palavras e vai mudando a composição de acordo com o que descobre", conta Zé Nogueira.

Além de conhecer o resultado de "Choros & Alegria", Santos veio ao Brasil participar de uma nova etapa do projeto "Ouro Negro". Com produção do Canal Brasil e do selo MP,B, um DVD com os temas do disco será gravado nos dias 17 e 18, no Sesc Pinheiros, com a participação do próprio homenageado e de Djavan, João Bosco e Ed Motta.

Os músicos presentes em "Ouro Negro" se reuniram novamente para o DVD e para as gravações de "Choros & Alegria". "Choros normalmente não são orquestrais, mas quisemos manter o mesmo time. Em algumas faixas, o que acontece é destacarmos alguns duos e trios", diz Adnet.

Nogueira e Adnet são os responsáveis também pela edição de três songbooks. Neste mês sairão dois: um com as partituras de "Ouro Negro" e outro, em estilo de livro de arte, com as de "Coisas", o mais célebre disco de Santos, lançado em 1965, relançado em CD no ano passado e prova maior de sua condição de saxofonista, compositor e arranjador. O terceiro só será lançado depois do CD. "Esses rapazes [Nogueira e Adnet] nasceram ontem, conhecem tudo. Têm inteligência dupla", exalta Santos.

Gravação do DVD "Ouro Negro"

Quando: ter. e qua., às 21h

Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel.: 0/xx/11/3095-9400)

Quanto: R$ 15 a R$ 30

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