FT. LAUDERDALE, Florida - O local é o ginásio do time de hóquei da cidade de Fort Lauderdale, o Panthers. Nunca vi nada parecido com aquilo: muito grande, muito alto. Quanto à estrela da noite, pouco importa para quem vai ao show se ele é encrenqueiro ou não. Eminem é divertido acima de tudo, e é muito talentoso, ainda mais cantando rap, ainda mais porque é branco.
Cheguei por volta das 20h, por isso não consegui assistir ao rapper Xzibit, de Los Angeles. Ele acabou de lançar o álbum “Man x machine”, produzido por Dr Dre, o mesmo cara que deu o Green Card no rap para Eminem. Também não consegui assistir aos performáticos DJs do X-cutioners, que são uma espécie de Harlem Globe Trotters dos toca-discos, e que já receberam convite para se apresentar no Brasil no fim deste ano.
Cenário lembra o picadeiro de um circo - Ao entrar no ginásio, quem estava no palco era Ludacriss, que acabou de lançar seu terceiro disco solo e manda na cena mais hip hop hoje aqui nos EUA, ocupando o lugar que, meses atrás, era do rapper Ja Rule... Fiquei em estado de choque ao ver mais de 20 mil pessoas, na sua maioria jovens com média de 18 anos, cantarem “Rollout”, “Area codes” e “Move” (essa música está estourada nos clubes de Miami e Nova York). Essas e outras músicas, Ludacriss manda numa só voz. Algumas semanas atrás, ele foi garoto-propaganda de um comercial de refrigerante, que foi tirado do ar antes do previsto porque Ludacriss estava nitidamente drogado. Drogas à parte, o show dele é muito bom.
Antes do show do Eminem começar, aproveitei para dar uma volta pelo ginásio. Cervejas eram vendidas por cinco dólares (foi a cerveja mais cara da minha vida!). Somente quem tem ID e mais de 21 anos pode comprar, mas todo mundo bebia. Camisetas da turnê eram vendidas a 30 dólares e bonés a 30 dólares também. Paqueras, beijos, polícia, nada de maconha... De repente, todos caminham para o interior do ginásio, o hall fica vazio. Vai começar o show.
O palco vira uma espécie de picadeiro, um circo... Um palhaço com mais de 20 metros de altura com os olhos acesos faz o fundo do palco, uma tenda que serve de fuga e de entrada pra outros MCs também está no palco, que por enquanto está vazio. Três telões começam a expor todas as desavenças criadas por Eminem desde o lançamento do seu penúltimo álbum, o platinado “The Marshall Mathers LP”. Uma roda-gigante (gigante mesmo!!!) começa a girar, o DJ solta a base, e lá está ele, sentado na roda gigante. Eminem diz algo do tipo... “E aí, Miami?!!! Sejam bem-vindos ao show do Eminem!!!”.
Imagine o público! Nesse momento notei que a quantidade de meninas era muito grande, ele não faz pose de sex simbol, não, mas as meninas gritavam com qualquer levantada de camisa dele.
Eminem deu prioridade às músicas do novo CD, que continua no topo da “Billboard”: “White America”, “Business”, “Cleanin’ out my closet”, “Drips” (esta com Obie Trice no vocal) e “Without me”. Achei estranho não cantar “The Real Slim Shady” no bis. Mas depois entendi. Por muitas vezes não estou a fim de cantar “Us mano e as mina”.
Durante o show rola mágica, como no momento em que Eminem desaparece. Ele e seus amigos do D12 também “assassinam” o DJ Moby. Aliás, tudo é muito bem dividido com os outros rappers — no mínimo quatro músicas dos seus protegidos são executadas. O que faz falta, de se estranhar, é por que no rap americano, mesmo nos grandes shows, não usam backing vocals? É estranho ver Stan ao vivo e na hora do refrão entrar a voz de playback da Dido. Não custava nada levar alguém pra fazer esse trampo, né? Eminem toca por uma hora e dez minutos cravados, fala pouco, canta muito...
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