MUNDO - Três anos após o elogiado Dance Fever (2022), Florence + The Machine está de volta com um novo trabalho à altura de sua reputação mística e teatral. Lançado estrategicamente neste Halloween (31), o disco Everybody Scream chega com 12 faixas que mergulham em temas de sobrevivência, performance e a complexa relação entre a arte e a exaustão criativa.
A vocalista e compositora Florence Welch descreve o projeto como um processo de reconciliação, uma tentativa de “aprender a viver e amar o mundo em vez de fugir dele”. O resultado, no entanto, é um equilíbrio tenso entre luz e escuridão, dor e libertação.
Everybody Scream traz diversos produtores
Diferente de Dance Fever, produzido por Jack Antonoff, Everybody Scream traz uma nova formação de colaboradores que ampliam a sonoridade da banda.
- Aaron Dessner (The National, Taylor Swift) adiciona uma base melancólica e detalhada, com arranjos que evocam introspecção.
- Mark Bowen (IDLES) injeta caos e urgência punk, com guitarras industriais e uma energia quase ritualística.
- Danny L Harle (PC Music, Dua Lipa) traz o toque eletrônico e hiperpop, misturando batidas de rave e ambientações etéreas.
- Dave Bayley (Glass Animals) contribui com uma textura psicodélica e elementos de R&B, equilibrando o experimental e o emocional.
Entre as colaborações, destaca-se também Mitski, que assina duas composições, incluindo a faixa-título, reforçando a abertura de Welch a novas vozes femininas do pop alternativo.
Entre o palco e o abismo
O álbum foi antecipado pelos singles Everybody Scream e Sympathy Magic. O primeiro, lançado em 20 de agosto, se tornou o hino da era: uma catarse sobre burnout, fama e entrega. Na canção, Florence confronta o próprio cansaço e a necessidade de se manter extraordinária diante dos aplausos “Olha só como eu dou tudo de mim / Sangue no palco / Mas como eu poderia te deixar quando você está gritando o meu nome?”.
Já Sympathy Magic, lançado dias antes do disco, na última segunda-feira (27), apresenta um lado mais atmosférico, que mistura melancolia e beleza etérea, como um feitiço para acalmar o caos.
Crítica se rende a novo álbum de Florence + The Machine
Desde o lançamento, Everybody Scream tem sido amplamente aclamado pela crítica internacional.
O The Guardian descreveu Florence como uma “sobrevivente do alt-rock que inspeciona seu reino com atitude”, enquanto o The Independent destacou o caráter quase espiritual do álbum, que transforma dor e trauma, incluindo a experiência de quase-morte da artista em 2023, em arte.
A Consequence classificou o disco como um “encantamento sombrio”, elogiando a faixa-título por abordar o custo emocional da performance. Já a Rolling Stone UK destacou One of the Greats, cuja letra ácida critica o sexismo na indústria musical: “It must be nice to be a man and make boring music just because you can.”
Um novo capítulo para Florence + The Machine
Para quem ainda associa Florence + The Machine apenas ao sucesso Dog Days Are Over, a nova fase da banda mostra uma artista que se reinventa sem perder a alma. Com seis álbuns de estúdio e três registros ao vivo, incluindo o aclamado MTV Unplugged (2012), Florence Welch reafirma sua relevância no cenário do rock alternativo.
Com Everybody Scream, a cantora entrega um disco que é ao mesmo tempo um grito de dor e uma celebração da sobrevivência. Uma obra que confirma seu trono como uma das vozes mais potentes, teatrais e vulneráveis do pop contemporâneo e, talvez, a única capaz de transformar o Halloween em um ritual de cura.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.