MUNDO - O longa “The Voice of Hind Rajab” (“A Voz de Hind Rajab”), do diretor tunisiano Kaouther Ben Hania, entrou para a história do Festival de Cinema de Veneza ao receber uma ovação de pé de 23 minutos, na quarta-feira (3), após sua estreia mundial. O feito superou o recorde de “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro, aplaudido por 22 minutos em Cannes, em 2006.
A produção reconstitui a tragédia da menina Hind Rajab, de seis anos, morta junto com familiares e dois paramédicos em Gaza, em janeiro de 2024, quando o carro da família foi atingido por tiros de forças israelenses. Durante a exibição, o ator Motaz Malhees ergueu uma bandeira palestina, arrancando lágrimas e gritos de “Palestina livre” da plateia.
O filme, baseado em fatos reais, conta com Jennifer Lawrence, Joaquin Phoenix, Rooney Mara, Brad Pitt, Alfonso Cuarón e Jonathan Glazer entre os produtores executivos. Phoenix e Mara compareceram à sessão de fotos em Veneza e à estreia, quando o elenco exibiu uma foto de Hind Rajab durante os aplausos.
Ben Hania já havia sido indicada ao Oscar com “Four Daughters” (2023) e “The Man Who Sold His Skin” (2021). Agora, com “The Voice of Hind Rajab”, a Tunísia concorre novamente ao prêmio de melhor filme internacional e especialistas apontam que o título é um dos fortes candidatos à estatueta.
A repercussão também foi política. A atriz Saja Kilani declarou que o longa é “a voz de cada filha e filho mortos em Gaza” e pediu o fim da violência e da ocupação. Dias antes, um grande protesto no Lido de Veneza reuniu manifestantes em apoio à causa palestina.
A crítica internacional destacou a intensidade da obra. O Deadline classificou o filme como “vital” e de “urgência cinematográfica”. A Variety ressaltou o impacto emocional da gravação real usada como peça central, mas questionou a ética do conceito. Já o Hollywood Reporter descreveu a produção como um “drama envolvente e de cortar o coração”.
Com a recepção arrebatadora, “The Voice of Hind Rajab” desponta como um dos filmes mais comentados da temporada e reforça o cinema como palco de denúncia e resistência.
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