O Bumba Meu Boi está entre as manifestações culturais populares mais difundidas do país, com forte influência da cultura negra. O mestre Basílio Durans criou o Festival Bumba Meu Boi de Zabumba que, desde 1994, acontece todos os anos em São Luís (MA). A proposta é resgatar as raízes do sotaque Zabumba, que esteve em declínio nos últimos anos e quase foi extinto.
Além de levar às ruas este saber popular e estas tradições, o Festival procura fórmulas para transmitir o conhecimento com foco, principalmente, nos jovens. O Bumba Meu Boi de Zabumba é uma das manifestações que mais se destacam entre aquelas que preservaram a cultura trazida do continente africano.
Todo esse trabalho foi reconhecido e, este ano, é um dos vencedores da 29ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na Categoria I – Iniciativas de excelência em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural.
O Bumba Meu Boi de Zabumba
O Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão foi registrado pelo Iphan, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, em 2011. O Bumba Meu Boi é uma manifestação popular em homenagem a São João, protetor dessa tradição. O sotaque zabumba tem a singularidade de manter os saberes técnico originais, como a comédia, os personagens, o toque, os cantos e as dança, além da tradicional indumentária, chapéus, franjas e fitas coloridas.
Os sotaques mais conhecidos são matraca, zabumba, orquestra, baixada e costa de mão. O sotaque de zabumba caracteriza-se pela presença das próprias zabumbas, além de outros instrumentos de percussão: tambor-de-fogo, tamborinho ou pandeirinho, tambor-onça, maracás e apitos.
Os brincantes dividem-se nos papéis de amos, índias, rajados, vaqueiros, palhaços, pais Francisco, catirinas e outros cômicos, assim como o próprio boi. Segundo a opinião corrente em São Luís, são os grupos desse sotaque os mais apegados às tradições cômicas de representação do auto do boi e de outras histórias sobre temas variados.
A valorização do Patrimônio Cultural no Brasil
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade foi criado em 1987 em homenagem ao primeiro presidente do Iphan, com o objetivo de reconhecer iniciativas, desenvolvidas por pessoas e instituições públicas ou privadas que mantêm vivo o patrimônio e suas mais diversas formas de expressão. A cerimônia de premiação das oito ações vencedoras deste ano ocorrerá no dia 20 de outubro, no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA).
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