em são paulo

Morre Lindomar Castilho, cantor de “Você É Doida Demais” que matou a ex-esposa

Conhecido como o “Rei do Bolero”, artista morreu aos 85 anos; carreira de sucesso foi interrompida pelo crime contra Eliane de Grammont, em 1981.

Na Mira, com informações do g1

Morre Lindomar Castilho, cantor de “Você É Doida Demais” que matou a ex-esposa.
Morre Lindomar Castilho, cantor de “Você É Doida Demais” que matou a ex-esposa. (Reprodução)

BRASIL - O cantor Lindomar Castilho, um dos nomes mais conhecidos da música brega brasileira, morreu aos 85 anos, neste sábado (20). A informação foi confirmada por sua filha, Lili De Grammont, por meio de uma publicação nas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada.

Lindomar ganhou projeção nacional nos anos 1970, quando se tornou um dos maiores vendedores de discos do país. Dono de uma voz marcante e dramática, ficou conhecido como o “Rei do Bolero”, com canções que embalaram rádios e corações, como “Vou Rifar Meu Coração” e “Você É Doida Demais”. Esta última voltou a ganhar popularidade ao ser usada como tema de abertura da série Os Normais, exibida pela TV Globo entre 2001 e 2003.

Um crime que atravessou sua história

Apesar do sucesso comercial, a trajetória de Lindomar Castilho é indissociável de um crime que parou o país. Em 1981, ele assassinou a tiros sua segunda esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação em São Paulo. O caso teve grande repercussão nacional e se tornou um marco simbólico na luta contra a violência doméstica, associado ao lema “quem ama não mata”.

Lindomar foi condenado a 12 anos de prisão, mas cumpriu apenas parte da pena, deixando a cadeia nos anos 1990. O feminicídio marcou de forma definitiva sua imagem pública e interrompeu sua carreira no auge.

O desabafo da filha

Ao confirmar a morte do pai, Lili De Grammont publicou um texto reflexivo e crítico, no qual não relativiza o crime cometido.

“Ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu.

No desabafo, ela ressaltou a finitude humana e a necessidade de olhar para dentro, sem apagar a dor causada pela violência.

“Assim me despeço do meu pai, com a consciência de que a minha parte foi feita — com dor, sim, mas com todo o amor que aprendi a sentir e expressar nesta vida”, concluiu.

Reclusão e afastamento dos palcos

Após cumprir pena, Lindomar ainda retornou brevemente à música, lançando um álbum ao vivo em 2000, mas aos poucos se afastou da vida artística. Em entrevista ao g1, em 2012, afirmou que havia se aposentado dos palcos e que não cantava “nem no chuveiro”.

Com problemas de saúde, incluindo o comprometimento das cordas vocais, passou a levar uma vida reservada, longe dos holofotes que marcaram sua ascensão nos anos 1970.

A morte de Lindomar Castilho encerra a história de um artista cuja obra teve impacto cultural, mas cuja trajetória permanece atravessada por um crime que não pode ser esquecido.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.