O que começou como um romance improvável na novela Três Graças, da Globo, virou um fenômeno global inesperado. O casal formado por Juquinha (Gabriela Medvedovsky) e Lorena (Alanis Guillen) passou de queridinho do horário nobre a assunto quente em comunidades internacionais de fãs de narrativas sáficas e do gênero Girls Love (GL).
A repercussão foi tão grande que não ficou restrita ao Brasil. Em países onde o GL é fenômeno, como a Tailândia, a Indonésia, Filipinas e grande parte da América Latina, uma avalanche de memes, prints e reações tomou o X (antigo Twitter).
Em meio ao mar de posts, um comentário viralizou: “Ainda estou presa na Tailândia, então por que o Brasil está tentando chamar minha atenção agora? Quem são essas garotas? A química delas está quimicando???”
Outras mensagens, escritas entre inglês, português improvisado e emojis de puro surto, ajudaram a impulsionar o casal para além do público tradicional das novelas brasileiras. Uma fã se declarou hipnotizada por Alanis Guillen:
“Quem é essa mulher e por que as covinhas dela estão causando caos no meu coração?” O post ultrapassou 5 mil curtidas.
Outra, desesperada para acompanhar o romance, implorou: “Eu PRECISO ver isso agora, onde encontro, alguém me ajude.”
Teve até quem se aventurou no português para tentar descobrir quem era a atriz por trás de Lorena: “Amigas brasileiras! Quem é essa deusa?!?????”
A publicação rendeu quase 6 mil curtidas, consolidando a exportação involuntária do “Loquinha” para o mundo.
Por que Juquinha e Lorena fizeram tanto sucesso?
O casal se forma quando Juquinha, investigadora da Polícia Civil, se aproxima de Lorena, filha do vilão Ferette (Murilo Benício). Lorena é impulsiva, rebelde, apaixonada por causas feministas e entra na vida da policial durante uma investigação que rapidamente vira parceria… e depois romance.
A construção das duas personagens, unindo tensão narrativa, química evidente e um arco emocional inesperado no horário das 21h, caiu como uma luva para fãs de romances sáficos. E esse nicho não é pequeno: ele é global.
Enquanto o Brasil ensaia passos tímidos no gênero, países como a Tailândia já transformaram o GL em uma indústria cultural poderosa. Séries como GAP: The Series, The Loyal Pin, 23.5, Pluto The Series e Mate The Series acumulam milhões de seguidores, levando atrizes tailandesas a eventos internacionais, inclusive no próprio Brasil.
Nesse cenário, quando uma novela da Globo entrega uma trama sáfica bem construída, com protagonistas carismáticas e atrizes já queridas pelo público jovem, a reação internacional é quase inevitável.
O sucesso no Brasil se dá também por ser um dos primeiros casais lésbicos em que não há homens no meio da construção. O casal não surge após um casamento fracassado de uma das partes; ele surge de maneira genuína e natural
Estratégia da Globo mira fãs globais do GL
Percebendo a força do movimento, a Globo não demorou para agir. O perfil oficial da emissora no X/Twitter passou a legendar cenas em inglês e espanhol, mirando diretamente o público estrangeiro que já vinha comentando fervorosamente cada troca de olhares das personagens.
Na terça-feira (2), a Globo publicou o primeiro encontro de Juquinha e Lorena com legendas bilíngues e o vídeo rapidamente se espalhou entre contas de fandoms internacionais. Também foi postado um clipe reunindo interações marcantes entre as duas, reforçando a tentativa da emissora de transformar o casal em um dos motores de engajamento digital de Três Graças.
O casal já ganhou até apelido oficial: “Loquinha”, junção afetuosa de Lorena e Juquinha e que, ao contrário do que se imaginava, funciona surpreendentemente bem em outros idiomas.
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