BRASIL - Aos 74 anos, Vera Fischer volta aos palcos com uma personagem que dialoga diretamente com suas próprias vivências. Em O casal mais sexy da América, comédia romântica escrita por Ken Levine e dirigida por Tadeu Aguiar, a atriz interpreta Susan White, uma estrela veterana que reencontra um antigo parceiro de cena e revive dilemas sobre o amor, o tempo e a carreira.
A peça estreia nesta sexta-feira (24) no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, e marca mais um sucesso recente da atriz, que já percorreu 25 cidades e reuniu mais de 50 mil espectadores com o espetáculo.
Uma história sobre reencontros e segundas chances
Na trama, Susan White e Robert McAllister (interpretado por Leonardo Franco) foram o par romântico de uma série norte-americana de sucesso nos anos 1990. Trinta anos depois, os dois voltam a se encontrar durante o funeral de uma antiga colega de elenco.
No hotel onde o personagem de Vitor Thiré trabalha, os veteranos veem renascer a paixão secreta que mantinham no passado, enquanto discutem sobre as transformações da vida e os desafios do envelhecer no meio artístico.
“Quando fui ficando mais velha, depois dos 60 anos, senti que o cinema e a televisão deram uma esfriada. Na época, nem se falava em etarismo, mas já acontecia”, relembra Vera, que reconhece semelhanças entre a sua trajetória e a da personagem.
Vera Fischer fala sobre beleza de envelhecer
Apesar de tratar de temas sensíveis, O casal mais sexy da América é uma comédia leve e otimista. Para o diretor Tadeu Aguiar, o texto emociona sem perder o bom humor:
“A peça traz temas duros, mas com muita esperança. As pessoas com 60+ saem do teatro sentindo que a vida pode estar apenas no começo, que há amor, sexo e beleza no envelhecer.”
Vera compartilha da mesma visão “A minha felicidade como atriz é, de cima do palco, poder mexer um pouquinho com a vida das pessoas. Que o público pense: ‘Eu não acabei. Posso ver beleza na vida, posso fazer sexo, posso ser feliz’.”
Entre o palco e a vida real de Vera Fischer
Além de refletir sobre a passagem do tempo, a peça também discute a pressão estética, o assédio e as desigualdades no meio artístico, sobretudo para as mulheres. Símbolo de sensualidade durante décadas, Vera conta que precisou se reconciliar com sua própria imagem.
“Eu era muito mais infeliz, porque achava que as pessoas não se interessavam mais por mim. As pessoas ainda sugerem que eu faça plástica, botox, isso e aquilo, mas eu não tenho vontade”, diz a atriz. “Com o tempo, você se vê como é de verdade. Hoje me sinto muito bem resolvida, com minha aparência, minha sexualidade e meu trabalho.”
Um novo tempo para Vera Fischer
Solteira, serena e rodeada pelos dois gatos e muitas plantas em casa, Vera celebra a fase madura com mais paciência, autoconfiança e vontade de seguir criando.
“Eu nunca fiz um monólogo e tenho curiosidade. Quero experimentar, ver como me sinto sozinha em cena. E isso se pode fazer a qualquer momento, basta ter um bom texto”, afirma.
Entre o humor, a lucidez e a coragem de se reinventar, Vera Fischer prova que a maturidade pode, sim, ser o início de uma nova juventude.
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